São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Indústria tem avanço de 4,9%, puxado por máquinas e veículos

DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A indústria cresceu 4,9% no ano passado impulsionada pelo ganho de fôlego na produção da indústria de transformação, segmento que representa 61,9% do setor. Atividades como a produção de máquinas e equipamentos, de veículos, de material elétrico e eletrônico foram os principais destaques.
Em 2007, a indústria de transformação registrou alta de 5,1%, ante uma expansão de apenas 2% em 2006.
Na avaliação do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), embora o setor tenha sido liderado pelo crescimento da indústria automobilística, de bens de consumo duráveis e de bens de capital, ao longo do ano outros segmentos foram incorporados e a indústria encerrou o ano com crescimento praticamente generalizado. As exceções ficaram por conta das atividades mais atingidas pelo câmbio.
"Os destaques da indústria estão relacionados com o crescimento do investimento", afirmou Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE.
Os serviços industriais de utilidade pública, como energia elétrica, gás e esgoto, cresceram 5%, mas a indústria extrativa deu sinais de desaceleração: registrou alta de 3%, ante crescimento de 5,7% em 2006.
Segundo Francisco Pessoa Faria, da LCA, a perda de ritmo foi motivada por problemas na entrada em operação de plataformas da Petrobras. Houve também aumento das importações de petróleo. Enquanto a produção de minério de ferro cresceu 10,7%, a extração de petróleo e gás teve alta de 0,8%.
A construção civil cresceu 5% no ano passado, com base na expansão do crédito direcionado para o setor de habitação, de 23%, e no aumento da população ocupada na construção, de 3,4%. Para o Iedi, o "boom imobiliário" no país apresentou apenas resultados parciais no ano passado.
"Os empresários estão aproveitando o momento para investir. O desempenho da indústria foi bom, especialmente em um cenário de dólar barato", disse Fabio Kinijnik, estrategista do BES Investimento.
O SindusCon-SP afirma que o desempenho da construção civil foi melhor do que o divulgado pelo IBGE e estima a expansão do ano passado em 7,9%. Para o presidente da entidade, João Claudio Robusti, quando o PIB de 2007 for recalculado, o desempenho irá incorporar dados de outras pesquisas e o resultado tende a ser revisto para cima.
Para 2008, o SindusCon-SP prevê crescimento de 10,2% com a expansão da infra-estrutura com as obras do PAC e com o aumento na produção e comercialização de imóveis.
Para o Iedi, o câmbio trouxe efeitos negativos no ano passado e o país poderá sentir falta de políticas voltadas para assegurar um equilíbrio entre as fontes externa e interna de crescimento. No ano passado, o setor externo teve uma contribuição negativa de 1,5 ponto percentual. O instituto ressalta que pode estar ocorrendo um empobrecimento das cadeias industriais por conta da taxa de câmbio. "Cresce a produção da indústria, porém com menor agregação de valor", disse.
De modo geral, os setores sob a ótica da oferta apresentaram taxas de crescimento similares. A agropecuária cresceu 5,3%, e os serviços tiveram alta de 4,7%. Especialistas ressaltam que essa semelhança é positiva porque indica crescimento generalizado. A agropecuária cresceu com base na expansão da lavoura e principalmente de produtos como trigo (62,3% de alta na produção), milho (20,9%), cana-de-açúcar (13,2%) e soja (11,1%).


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