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Indústria tem avanço de 4,9%, puxado por máquinas e veículos
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A indústria cresceu 4,9% no
ano passado impulsionada pelo
ganho de fôlego na produção da
indústria de transformação,
segmento que representa
61,9% do setor. Atividades como a produção de máquinas e
equipamentos, de veículos, de
material elétrico e eletrônico
foram os principais destaques.
Em 2007, a indústria de
transformação registrou alta de
5,1%, ante uma expansão de
apenas 2% em 2006.
Na avaliação do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), embora o
setor tenha sido liderado pelo
crescimento da indústria automobilística, de bens de consumo duráveis e de bens de capital, ao longo do ano outros segmentos foram incorporados e a
indústria encerrou o ano com
crescimento praticamente generalizado. As exceções ficaram por conta das atividades
mais atingidas pelo câmbio.
"Os destaques da indústria
estão relacionados com o crescimento do investimento", afirmou Rebeca Palis, gerente de
Contas Trimestrais do IBGE.
Os serviços industriais de
utilidade pública, como energia
elétrica, gás e esgoto, cresceram 5%, mas a indústria extrativa deu sinais de desaceleração: registrou alta de 3%, ante
crescimento de 5,7% em 2006.
Segundo Francisco Pessoa
Faria, da LCA, a perda de ritmo
foi motivada por problemas na
entrada em operação de plataformas da Petrobras. Houve
também aumento das importações de petróleo. Enquanto a
produção de minério de ferro
cresceu 10,7%, a extração de
petróleo e gás teve alta de 0,8%.
A construção civil cresceu
5% no ano passado, com base
na expansão do crédito direcionado para o setor de habitação,
de 23%, e no aumento da população ocupada na construção,
de 3,4%. Para o Iedi, o "boom
imobiliário" no país apresentou apenas resultados parciais
no ano passado.
"Os empresários estão aproveitando o momento para investir. O desempenho da indústria foi bom, especialmente em
um cenário de dólar barato",
disse Fabio Kinijnik, estrategista do BES Investimento.
O SindusCon-SP afirma que
o desempenho da construção
civil foi melhor do que o divulgado pelo IBGE e estima a expansão do ano passado em
7,9%. Para o presidente da entidade, João Claudio Robusti,
quando o PIB de 2007 for recalculado, o desempenho irá incorporar dados de outras pesquisas e o resultado tende a ser
revisto para cima.
Para 2008, o SindusCon-SP
prevê crescimento de 10,2%
com a expansão da infra-estrutura com as obras do PAC e com
o aumento na produção e comercialização de imóveis.
Para o Iedi, o câmbio trouxe
efeitos negativos no ano passado e o país poderá sentir falta
de políticas voltadas para assegurar um equilíbrio entre as
fontes externa e interna de
crescimento. No ano passado, o
setor externo teve uma contribuição negativa de 1,5 ponto
percentual. O instituto ressalta
que pode estar ocorrendo um
empobrecimento das cadeias
industriais por conta da taxa de
câmbio. "Cresce a produção da
indústria, porém com menor
agregação de valor", disse.
De modo geral, os setores sob
a ótica da oferta apresentaram
taxas de crescimento similares.
A agropecuária cresceu 5,3%, e
os serviços tiveram alta de
4,7%. Especialistas ressaltam
que essa semelhança é positiva
porque indica crescimento generalizado. A agropecuária
cresceu com base na expansão
da lavoura e principalmente de
produtos como trigo (62,3% de
alta na produção), milho
(20,9%), cana-de-açúcar
(13,2%) e soja (11,1%).
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