São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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BofA também prevê lucro, e Bolsa de NY sobe 3,4%

Ações reagem a perspectivas melhores para empresas

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Em um mercado cada vez mais sedento de notícias positivas, a Bolsa de Valores de Nova York reagiu bem ontem até a más notícias, mas menos ruins do que o esperado.
A Bolsa subiu amparada em perspectivas positivas de duas empresas totalmente penduradas em ajuda estatal, a General Motors e o Bank of America. O rebaixamento menos rigoroso do que o esperado no "rating" (classificação de risco) da General Electric, gigante que atua em dezenas de setores, paradoxalmente também contribuiu para a alta da Bolsa.
No final do pregão, o índice Dow Jones teve alta de 3,4%, o S&P 500, de 4%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 3,9%. Foi a terceiro rodada consecutiva de valorização.
A exemplo do Citibank no início da semana, o BofA (Bank of America), que já recebeu US$ 45 bilhões em ajuda estatal, anunciou que teve resultados positivos no primeiro bimestre do ano. E que espera fechar 2009 no azul.
O presidente-executivo do BofA, Kenneth Lewis, disse que o resultado do BofA em 2009 poderá ser positivo em US$ 50 bilhões (antes dos impostos de demais obrigações). As ações do banco subiram 17% ontem.
Já a GM anunciou que não precisará mais de US$ 2 bilhões a curto prazo que havia solicitado ao governo para continuar de pé. Desde dezembro, a empresa tomou emprestados US$ 13,4 bilhões estatais e vem apresentando resultados amplamente negativos.
O mercado interpretou essas notícias como positivas. Assim como no caso da GE.
A General Electric fabrica quase de tudo nos EUA, de equipamentos e lâmpadas domésticas a turbinas de avião. Ela também tem um banco. Ontem, a agência de classificação de riscos Standard & Poor's rebaixou pela primeira vez desde 1956 a classificação da empresa, de "AAA" para "AA+".
Embora quase totalmente desacreditadas por terem mantido notas altas para empresas quase falidas na crise atual, as avaliações dessas agências de risco têm papel fundamental para determinar os custos que as empresa têm de pagar para rolar dívidas e obter empréstimos. Quanto mais próximas do "AAA", menor o custo de captação de dinheiro no mercado.
Investidores acreditavam que a revisão da nota da GE seria ainda pior, fato que contribuiu para a recuperação do mercado ontem. As ações da empresa subiram 13%, apesar do rebaixamento.

Devolução ao Tesouro
Em meio à relativa recuperação do sistema financeiro dos EUA, várias das dezenas de bancos que receberam injeções de capital estatal no final do ano passado estão anunciando que pretendem devolver o dinheiro ao Tesouro dos EUA -e, com isso, libertarem-se de uma série de restrições impostas, como tetos para o pagamento de seus principais executivos.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, afirmou ontem que não pretende se opor a essa devolução de dinheiro por parte de algumas instituições. Mas frisou que os bancos devem avaliar antes se têm condições de voltar a emprestar a seus clientes.


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