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BofA também prevê lucro, e Bolsa de NY sobe 3,4%
Ações reagem a perspectivas melhores para empresas
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Em um mercado cada vez
mais sedento de notícias positivas, a Bolsa de Valores de Nova
York reagiu bem ontem até a
más notícias, mas menos ruins
do que o esperado.
A Bolsa subiu amparada em
perspectivas positivas de duas
empresas totalmente penduradas em ajuda estatal, a General
Motors e o Bank of America. O
rebaixamento menos rigoroso
do que o esperado no "rating"
(classificação de risco) da General Electric, gigante que atua
em dezenas de setores, paradoxalmente também contribuiu
para a alta da Bolsa.
No final do pregão, o índice
Dow Jones teve alta de 3,4%, o
S&P 500, de 4%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 3,9%. Foi
a terceiro rodada consecutiva
de valorização.
A exemplo do Citibank no
início da semana, o BofA (Bank
of America), que já recebeu
US$ 45 bilhões em ajuda estatal, anunciou que teve resultados positivos no primeiro bimestre do ano. E que espera fechar 2009 no azul.
O presidente-executivo do
BofA, Kenneth Lewis, disse que
o resultado do BofA em 2009
poderá ser positivo em US$ 50
bilhões (antes dos impostos de
demais obrigações). As ações
do banco subiram 17% ontem.
Já a GM anunciou que não
precisará mais de US$ 2 bilhões
a curto prazo que havia solicitado ao governo para continuar
de pé. Desde dezembro, a empresa tomou emprestados US$
13,4 bilhões estatais e vem
apresentando resultados amplamente negativos.
O mercado interpretou essas
notícias como positivas. Assim
como no caso da GE.
A General Electric fabrica
quase de tudo nos EUA, de
equipamentos e lâmpadas domésticas a turbinas de avião.
Ela também tem um banco.
Ontem, a agência de classificação de riscos Standard & Poor's
rebaixou pela primeira vez desde 1956 a classificação da empresa, de "AAA" para "AA+".
Embora quase totalmente
desacreditadas por terem mantido notas altas para empresas
quase falidas na crise atual, as
avaliações dessas agências de
risco têm papel fundamental
para determinar os custos que
as empresa têm de pagar para
rolar dívidas e obter empréstimos. Quanto mais próximas do
"AAA", menor o custo de captação de dinheiro no mercado.
Investidores acreditavam
que a revisão da nota da GE seria ainda pior, fato que contribuiu para a recuperação do
mercado ontem. As ações da
empresa subiram 13%, apesar
do rebaixamento.
Devolução ao Tesouro
Em meio à relativa recuperação do sistema financeiro dos
EUA, várias das dezenas de
bancos que receberam injeções
de capital estatal no final do
ano passado estão anunciando
que pretendem devolver o dinheiro ao Tesouro dos EUA -e,
com isso, libertarem-se de uma
série de restrições impostas,
como tetos para o pagamento
de seus principais executivos.
O secretário do Tesouro dos
EUA, Timothy Geithner, afirmou ontem que não pretende
se opor a essa devolução de dinheiro por parte de algumas
instituições. Mas frisou que os
bancos devem avaliar antes se
têm condições de voltar a emprestar a seus clientes.
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