São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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Novas fábricas às margens de rio opõem vizinhos

DE BUENOS AIRES

Depois de mais de um ano de crise, a "guerra das papeleiras" entre Uruguai e Argentina chegou a Tribunal Internacional de Haia, subordinado à ONU.
O governo Kirchner reclama que o país vizinho violou o tratado do rio Uruguai, fechado entre os dois países, ao autorizar, a construção de duas indústrias de papel na fronteira.
A Casa Rosada exige que as fábricas -a espanhola Ence e a finlandesa Botnia- façam estudos de impacto ambiental antes de continuar as obras na cidade uruguaia de Fray Bentos, às margens do rio.
O Uruguai afirma que informou à Argentina do projeto e que já foram feitos estudos suficientes. Trata-se do maior investimento da história do país de Tabaré Vázquez: US$ 1,7 bilhão, 10% do PIB uruguaio.
Os uruguaios também reclamam da omissão do Mercosul na questão -nos bastidores reclamam do apoio tácito do Brasil ao governo Kirchner.
É que protestos na cidade de Gualeguaychú, ao lado de Fray Bentos, fecharam a fronteira por mais de 80 dias. Segundo o governo Vázquez, o bloqueio causou prejuízo de US$ 400 milhões ao país. Em março houve uma tentativa de acordo entre os vizinhos: as empresas parariam as obras por 90 dias enquanto um estudo ambiental seria elaborado. Os ambientalistas argentinos liberariam a fronteira. Mas a Botnia se recusou a parar sua construção.
Kirchner recusou a interferência do Mercosul e levou a questão ao Tribunal de Haia. Ontem, aproveitou para fazer campanha contra as fábricas.
Nesta semana, a CFI (Corporação Financeira Internacional), o braço financeiro do Banco Mundial, apresentou um plano no qual amplia as exigências "ambientais e sociais" antes de conceder um crédito de US$ 400 milhões às duas multinacionais do papel. Serão contratados consultores independentes para analisar os projetos e avaliar o impacto ambiental.


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