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SAIBA MAIS
Novas fábricas às margens de rio opõem vizinhos
DE BUENOS AIRES
Depois de mais de um ano de
crise, a "guerra das papeleiras"
entre Uruguai e Argentina chegou a Tribunal Internacional
de Haia, subordinado à ONU.
O governo Kirchner reclama
que o país vizinho violou o tratado do rio Uruguai, fechado
entre os dois países, ao autorizar, a construção de duas indústrias de papel na fronteira.
A Casa Rosada exige que as
fábricas -a espanhola Ence e a
finlandesa Botnia- façam estudos de impacto ambiental
antes de continuar as obras na
cidade uruguaia de Fray Bentos, às margens do rio.
O Uruguai afirma que informou à Argentina do projeto e
que já foram feitos estudos suficientes. Trata-se do maior investimento da história do país
de Tabaré Vázquez: US$ 1,7 bilhão, 10% do PIB uruguaio.
Os uruguaios também reclamam da omissão do Mercosul
na questão -nos bastidores
reclamam do apoio tácito do
Brasil ao governo Kirchner.
É que protestos na cidade de
Gualeguaychú, ao lado de Fray
Bentos, fecharam a fronteira
por mais de 80 dias. Segundo o
governo Vázquez, o bloqueio
causou prejuízo de US$ 400 milhões ao país. Em março houve
uma tentativa de acordo entre
os vizinhos: as empresas parariam as obras por 90 dias enquanto um estudo ambiental
seria elaborado. Os ambientalistas argentinos liberariam a
fronteira. Mas a Botnia se recusou a parar sua construção.
Kirchner recusou a interferência do Mercosul e levou a
questão ao Tribunal de Haia.
Ontem, aproveitou para fazer
campanha contra as fábricas.
Nesta semana, a CFI (Corporação Financeira Internacional), o braço financeiro do
Banco Mundial, apresentou
um plano no qual amplia as
exigências "ambientais e sociais" antes de conceder um
crédito de US$ 400 milhões às
duas multinacionais do papel.
Serão contratados consultores
independentes para analisar os
projetos e avaliar o impacto
ambiental.
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