São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Petrobras lucra R$ 6,9 bi no 1º trimestre

Resultado da empresa cresceu 68% em relação ao mesmo período do ano passado e superou expectativas do mercado

Para a estatal, desempenho reflete produção maior, diminuição de custos e um efeito positivo do real mais forte na despesa financeira


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,925 bilhões no primeiro trimestre, 68% acima do resultado obtido em igual período de 2007 (R$ 4,131 bilhões). Na comparação com o quatro trimestre, quando o lucro alcançou R$ 5,053 bilhões, houve incremento de 37%.
O resultado superou expectativa de analistas de mercado, que estimavam lucro entre R$ 5 bilhões e R$ 5,5 bilhões.
Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o lucro cresceu na esteira do aumento da produção de óleo e gás -ainda que modestos 2%-, da redução despesas financeiras em decorrência da menor valorização do real e da diminuição de custos operacionais.
Só o câmbio teve um impacto positivo de R$ 1 bilhão no lucro da companhia no primeiro trimestre -é que o real se valorizou menos (1%) do que nos três primeiros meses de 2007 (4%).
No primeiro trimestre, a empresa também não teve de arcar com despesas extraordinárias, como o pagamento de R$ 1 bilhão aos beneficiários do plano Petros (fundo de pensão) para aderirem às novas regras. O gasto afetou o resultado do primeiro trimestre de 2007.
"Estamos trabalhando na redução de custos operacionais, o que também contribuiu para o aumento do lucro", disse. O resultado foi uma queda de 11% nas despesas operacionais.
Segundo o executivo, a alta do barril do petróleo também ajudou -apesar de os preços do diesel e da gasolina, que correspondem a 55% das vendas, terem ficado estáveis no período. A valorização contribuiu para elevar o faturamento com exportações e com a comercialização de óleo bruto. No primeiro trimestre, o faturamento somou R$ 46,9 bilhões, 21% mais do que em igual período de 2007 (R$ 38,9 bilhões).
O preço médio de todos os produtos vendidos no primeiro trimestre, porém, ficou em US$ 93,90 o barril, abaixo do praticado nos EUA (R$ 104,25). "Percebemos que essa diferença configurava um novo patamar de preço e decidimos pelo reajuste [na refinaria, de 10% da gasolina e 15% do diesel]."
Apesar do melhor desempenho financeiro, a Petrobras viu sua balança comercial se deteriorar no primeiro trimestre. A estatal registrou um déficit de US$ 775 milhões no período.
Segundo Barbassa, sobrou um excedente menor a ser exportado devido ao maior consumo doméstico. Tal fenômeno se traduziu especialmente na alta da demanda por diesel.
As dificuldades de abastecimento de energia, diz, também obrigaram a companhia a ofertar mais diesel no mercado interno para suprir as termelétricas que precisaram ser acionadas no começo do ano.
Com tudo isso, as importações de petróleo e derivados cresceram 32% no primeiro trimestre, enquanto as exportações caíram 104% em volume. ""É temporário. Deve haver um equilíbrio até o final do ano."
Barbassa se mostrou otimista quanto ao futuro da companhia. Disse que o reajuste da gasolina e do diesel "vai resultar num folga de caixa", que poderá ser destinada a investimentos.
No primeiro trimestre, a estatal investiu R$ 9,9 bilhões, 20% mais do que em igual período do ano passado. Para suportar novos investimentos, diz, a companhia captará de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões até o final do ano. Ele acredita ainda que a produção vá se acelerar, com cinco plataformas que entraram em operação em 2007 alcançando o pico.

Ações
As ações da Petrobras fecharam o pregão de ontem da Bolsa com leve alta, de 0,32% (ON) e 0,17% (PN), antes da divulgação do balanço. O resultado foi recebido com entusiasmo pelos investidores e fez com que as ações da Petrobras reagissem no "after market" -período de negociações após o fechamento do pregão normal. Nesse período, as ações subiram 2,32% (ON) e 2,16% (PN).


Colaborou a Reportagem Local


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