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Petrobras lucra R$ 6,9 bi no 1º trimestre
Resultado da empresa cresceu 68% em relação ao mesmo período do ano passado e superou expectativas do mercado
Para a estatal, desempenho reflete produção maior, diminuição de custos e um efeito positivo do real mais forte na despesa financeira
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras registrou lucro
líquido de R$ 6,925 bilhões no
primeiro trimestre, 68% acima
do resultado obtido em igual
período de 2007 (R$ 4,131 bilhões). Na comparação com o
quatro trimestre, quando o lucro alcançou R$ 5,053 bilhões,
houve incremento de 37%.
O resultado superou expectativa de analistas de mercado,
que estimavam lucro entre R$
5 bilhões e R$ 5,5 bilhões.
Segundo o diretor financeiro
da Petrobras, Almir Barbassa, o
lucro cresceu na esteira do aumento da produção de óleo e
gás -ainda que modestos 2%-,
da redução despesas financeiras em decorrência da menor
valorização do real e da diminuição de custos operacionais.
Só o câmbio teve um impacto
positivo de R$ 1 bilhão no lucro
da companhia no primeiro trimestre -é que o real se valorizou menos (1%) do que nos três
primeiros meses de 2007 (4%).
No primeiro trimestre, a empresa também não teve de arcar com despesas extraordinárias, como o pagamento de R$ 1 bilhão aos beneficiários do plano Petros (fundo de pensão)
para aderirem às novas regras.
O gasto afetou o resultado do
primeiro trimestre de 2007.
"Estamos trabalhando na redução de custos operacionais, o
que também contribuiu para o
aumento do lucro", disse. O resultado foi uma queda de 11%
nas despesas operacionais.
Segundo o executivo, a alta
do barril do petróleo também
ajudou -apesar de os preços do
diesel e da gasolina, que correspondem a 55% das vendas, terem ficado estáveis no período.
A valorização contribuiu para
elevar o faturamento com exportações e com a comercialização de óleo bruto. No primeiro trimestre, o faturamento somou R$ 46,9 bilhões, 21% mais
do que em igual período de
2007 (R$ 38,9 bilhões).
O preço médio de todos os
produtos vendidos no primeiro
trimestre, porém, ficou em US$
93,90 o barril, abaixo do praticado nos EUA (R$ 104,25).
"Percebemos que essa diferença configurava um novo patamar de preço e decidimos pelo
reajuste [na refinaria, de 10%
da gasolina e 15% do diesel]."
Apesar do melhor desempenho financeiro, a Petrobras viu
sua balança comercial se deteriorar no primeiro trimestre. A
estatal registrou um déficit de
US$ 775 milhões no período.
Segundo Barbassa, sobrou
um excedente menor a ser exportado devido ao maior consumo doméstico. Tal fenômeno
se traduziu especialmente na
alta da demanda por diesel.
As dificuldades de abastecimento de energia, diz, também
obrigaram a companhia a ofertar mais diesel no mercado interno para suprir as termelétricas que precisaram ser acionadas no começo do ano.
Com tudo isso, as importações de petróleo e derivados
cresceram 32% no primeiro trimestre, enquanto as exportações caíram 104% em volume.
""É temporário. Deve haver um
equilíbrio até o final do ano."
Barbassa se mostrou otimista quanto ao futuro da companhia. Disse que o reajuste da gasolina e do diesel "vai resultar num folga de caixa", que poderá
ser destinada a investimentos.
No primeiro trimestre, a estatal investiu R$ 9,9 bilhões,
20% mais do que em igual período do ano passado. Para suportar novos investimentos,
diz, a companhia captará de
US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões
até o final do ano. Ele acredita
ainda que a produção vá se acelerar, com cinco plataformas
que entraram em operação em
2007 alcançando o pico.
Ações
As ações da Petrobras fecharam o pregão de ontem da Bolsa com leve alta, de 0,32% (ON)
e 0,17% (PN), antes da divulgação do balanço. O resultado foi
recebido com entusiasmo pelos
investidores e fez com que as
ações da Petrobras reagissem
no "after market" -período de
negociações após o fechamento
do pregão normal. Nesse período, as ações subiram 2,32%
(ON) e 2,16% (PN).
Colaborou a Reportagem Local
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