São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pré-arrocho, PIB europeu cresce 0,2%

Dependência de exportações e buraco orçamentário prejudicam crescimento da União Europeia no primeiro trimestre

Alemanha cresce 0,2%, e França, 0,1%, comprovando fragilidade da recuperação; em 2010, UE deve crescer 1%, ante 2,8% dos EUA

DE GENEBRA

O PIB (Produto Interno Bruto) da União Europeia cresceu 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três últimos meses de 2009, quando avançara 0,1%, apesar de a crise da dívida e da credibilidade no bloco ter posto o euro em sua posição mais frágil em pouco mais de dez anos de vida.
Na zona do euro, que ficou estagnada de outubro a dezembro, o avanço também foi de 0,2%, disse a Eurostat, órgão estatístico da UE. Os dados são preliminares. Se a comparação for sobre o primeiro trimestre de 2009, os avanços foram de 0,3% e 0,5%, respectivamente.
Embora o bloco comece a se recuperar da crise global, após ter encolhido 4,2% no ano passado, a retomada é frágil e mais modesta que em outras regiões. Maior economia da UE, a Alemanha cresceu 0,2%, e a França, 0,1%, enquanto nos EUA o PIB aumentou 0,8%.
A projeção da UE para o ano é um avanço minguado de 1%, recentemente revisada para cima, ante 2,8% nos EUA e 10,3% na China. No Brasil, o mercado prevê avanço de 6,3%, segundo pesquisa do Banco Central.
O FMI atribui essa tibieza à dependência europeia da demanda por exportações e do buraco aberto no Orçamento pelas medidas fiscais que tiraram os países da crise global. O Fundo lembra ainda, em relatório divulgado terça, que o bloco é especialmente suscetível ao avanço do desemprego.
Dos 27 países europeus, 5 estavam em recessão até março, todos economias de pouco peso: Grécia, pivô da atual crise (-0,8%), Lituânia (-4,1%), Estônia (-2,3%), Romênia (-0,3%) e Chipre (-0,2%). Nove países não relataram os dados.
Na comparação com o mesmo período de 2009, no entanto, registraram retração também a Espanha (-1,3%) e o Reino Unido (-0,3%), além da Bulgária, da Letônia e da Hungria.
A Espanha, que depois da Grécia é o maior alvo de desconfiança do mercado, avançou parco 0,1% no trimestre.
Mas Portugal, outro país na mira, cresceu 1% -a performance mais robusta entre os países que já apresentaram dados. E a Itália, também alvo de preocupação, viu sua economia avançar 0,5% -a Irlanda, posta na mesma cesta, não apresentou números ainda.
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, dissera no início da semana que a crise da dívida e o megapacote de resgate lançado pelos países do euro e o FMI - € 750 bi para salvar o euro e os bancos europeus- não deveriam afetar a retomada.
O BIS (entidade máxima dos BCs mundo afora) afirma ver cada vez menos risco de recessão global de duplo mergulho.
(LUCIANA COELHO)


Texto Anterior: Mercado Aberto
Próximo Texto: Exportação à UE aumenta 20% até abril
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.