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Pré-arrocho, PIB europeu cresce 0,2%
Dependência de exportações e buraco orçamentário prejudicam crescimento da União Europeia no primeiro trimestre
Alemanha cresce 0,2%, e França, 0,1%, comprovando fragilidade da recuperação; em 2010, UE deve crescer 1%, ante 2,8% dos EUA
DE GENEBRA
O PIB (Produto Interno Bruto) da União Europeia cresceu
0,2% no primeiro trimestre em
relação aos três últimos meses
de 2009, quando avançara
0,1%, apesar de a crise da dívida
e da credibilidade no bloco ter
posto o euro em sua posição
mais frágil em pouco mais de
dez anos de vida.
Na zona do euro, que ficou
estagnada de outubro a dezembro, o avanço também foi de
0,2%, disse a Eurostat, órgão
estatístico da UE. Os dados são
preliminares. Se a comparação
for sobre o primeiro trimestre
de 2009, os avanços foram de
0,3% e 0,5%, respectivamente.
Embora o bloco comece a se
recuperar da crise global, após
ter encolhido 4,2% no ano passado, a retomada é frágil e mais
modesta que em outras regiões.
Maior economia da UE, a Alemanha cresceu 0,2%, e a França, 0,1%, enquanto nos EUA o
PIB aumentou 0,8%.
A projeção da UE para o ano é
um avanço minguado de 1%, recentemente revisada para cima, ante 2,8% nos EUA e 10,3%
na China. No Brasil, o mercado
prevê avanço de 6,3%, segundo
pesquisa do Banco Central.
O FMI atribui essa tibieza à
dependência europeia da demanda por exportações e do
buraco aberto no Orçamento
pelas medidas fiscais que tiraram os países da crise global. O
Fundo lembra ainda, em relatório divulgado terça, que o bloco é especialmente suscetível
ao avanço do desemprego.
Dos 27 países europeus, 5 estavam em recessão até março,
todos economias de pouco peso: Grécia, pivô da atual crise
(-0,8%), Lituânia (-4,1%), Estônia (-2,3%), Romênia (-0,3%) e
Chipre (-0,2%). Nove países
não relataram os dados.
Na comparação com o mesmo período de 2009, no entanto, registraram retração também a Espanha (-1,3%) e o Reino Unido (-0,3%), além da Bulgária, da Letônia e da Hungria.
A Espanha, que depois da
Grécia é o maior alvo de desconfiança do mercado, avançou
parco 0,1% no trimestre.
Mas Portugal, outro país na
mira, cresceu 1% -a performance mais robusta entre os
países que já apresentaram dados. E a Itália, também alvo de
preocupação, viu sua economia
avançar 0,5% -a Irlanda, posta
na mesma cesta, não apresentou números ainda.
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, dissera no início da semana que a crise da dívida e o megapacote de resgate lançado pelos países do euro e o FMI
- € 750 bi para salvar o euro e
os bancos europeus- não deveriam afetar a retomada.
O BIS (entidade máxima dos
BCs mundo afora) afirma ver
cada vez menos risco de recessão global de duplo mergulho.
(LUCIANA COELHO)
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