São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Jornais americanos têm recuperação

Lucro das empresas jornalísticas aumenta no primeiro trimestre, e ritmo de redução da receita publicitária diminui

Acesso a sites de jornais bate recorde nos três primeiros meses do ano; circulação de diários recua, com exceção do "Wall Street Journal"

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Apesar da queda na circulação diária dos principais jornais americanos -à exceção do "Wall Street Journal"-, os balanços do setor referentes ao primeiro trimestre sinalizaram uma singela recuperação ante o mesmo período de 2009.
Em linhas gerais, os maiores jornais do país viram alguns de seus resultados melhorarem, graças às receitas publicitárias, que caíram menos do que nos trimestres anteriores, e à contenção de gastos.
Na internet, um recorde: os sites dos jornais tiveram o maior número de acessos nos primeiros três meses do ano, ao atrair 74,4 milhões de visitantes únicos por mês, na média.
O número superou a forte audiência do último trimestre de 2009, de 72 milhões por mês.
Os dados, compilados pela Nielsen Online a pedido da NAA (Newspaper Association of America), mostram que os usuários de sites dos jornais americanos geraram mais de 3,2 bilhões de "pageviews" e gastaram mais de 2,3 bilhões de minutos navegando.
Já a circulação em papel dos maiores jornais dos EUA caiu, em média, 9,5% em dias de semana, segundo o instituto Audit Bureau of Circulations.
Na comparação do primeiro trimestre com o mesmo período de 2009, o único veículo com resultado positivo foi o "Wall Street Journal", cuja circulação subiu 0,5%, para 2,092 milhões de exemplares.
Recentemente, o "Wall Street Journal" avançou na guerra contra o "New York Times", lançando um caderno voltado a Nova York, na tentativa de atrair anunciantes do concorrente.
O "New York Times", segundo o Audit Bureau of Circulations, teve, na média do período, 951 mil exemplares em dias de semana, uma queda de 8,5% em relação a 2009.
A News Corporation, de Rupert Murdoch, que publica o "Wall Street Journal", apresentou um balanço total que surpreendeu analistas, impulsionada pelo setor cinematográfico -a empresa também é dona da Fox, que lançou "Avatar" em meados de dezembro.
A receita da companhia no primeiro trimestre subiu 19%, para US$ 8,8 bilhões. O lucro operacional cresceu 55%, para US$ 1,25 bilhão.
O setor de serviços de informação e jornais do grupo foi responsável por um lucro operacional de US$ 131 milhões, um crescimento de US$ 102 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, a New York Times Company divulgou lucro operacional de US$ 83,3 milhões no primeiro trimestre, ante US$ 16,4 milhões no mesmo período de 2009.
A receita total da empresa caiu 3,2% no período, ante um recuo de 11,5% no último trimestre de 2009.
A receita publicitária total caiu 6% em relação aos três primeiros meses de 2009, a menor queda desde o terceiro trimestre de 2007. E os anúncios digitais subiram 18%.
Já a receita da empresa detentora do "Washington Post" ficou em US$ 1,17 bilhão, 11% a mais do que no ano passado.
O grupo Gannett, o maior em circulação diária total de jornais nos EUA (e que edita o "USA Today", o segundo em tiragem), divulgou que o seu lucro líquido cresceu 51% ante o primeiro trimestre de 2009.


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