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Bolsa cai 4,33% e zera os ganhos no ano
Declaração de membro do Fed sobre inflação abala mercados em todo o mundo; na Colômbia, queda recorde pára pregão
Semana deve continuar
tensa, com a divulgação de
indicadores de preço nos
EUA; dólar avança 1,28%
e fecha cotado a R$ 2,29
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana começou muito
ruim para o mercado financeiro global. E isso antes de importantes dados sobre a inflação
norte-americana, que tem tudo
para sacudir os investimentos,
serem divulgados. No Brasil, a
Bovespa desabou 4,33%. O dólar subiu 1,28% e terminou o
dia vendido a R$ 2,29.
A queda de ontem levou a Bovespa a praticamente anular
seus ganhos acumulados no
ano. Agora, a Bolsa paulista tem
alta de apenas 0,29% em 2006.
Na tarde de ontem, uma declaração do presidente regional
do Fed (o banco central dos
EUA) de Dallas, Richard Fisher, trouxe desconforto em um
dia que caminhava para ser
tranqüilo. Fisher disse que "todos estão preocupados sobre a
possibilidade do repasse das
pressões de gás e petróleo. Há
uma certa angústia entre as
pessoas do Fed em relação aos
índices de inflação".
Nos EUA, a Bolsa eletrônica
Nasdaq perdeu 2,05%. O Dow
Jones, principal índice do mercado de Nova York, caiu 0,91%.
Entre os latino-americanos,
a Colômbia foi a que mais sofreu, com perdas de 10,46%, a
maior baixa desde 2001. O movimento fez com que fosse acionado o "circuit break" -sistema de paralisação dos negócios
para evitar perdas maiores. Na
Argentina, a queda do mercado
acionário foi de 4,56%. No México, em 4,30%.
Há um mês, o mercado global
entrou em um período de considerável turbulência que parece estar longe de seu fim. As dúvidas e temores de analistas e
investidores giram em torno
dos riscos de crescimento inflacionário nos EUA e a conseqüente possibilidade de os juros seguirem em alta no país.
O Fed se reúne no fim do
mês, e até lá o mercado tende a
oscilar bastante. A expectativa
é que os juros americanos subam de 5% para 5,25%.
Nos EUA, a divulgação de um
déficit orçamentário acima do
previsto não agradou aos investidores. O déficit atingiu US$
42,83 bilhões, enquanto os especialistas projetavam que a cifra não ultrapassasse os US$ 40
bilhões. Em maio do ano passado, o déficit no Orçamento ficou em US$ 35,42 bilhões.
Jason Vieira, da consultoria
GRC Visão, diz em relatório
que "a semana está focada nos
dados de inflação dos EUA, que
basicamente definirão o rumo
da atual volatilidade nos mercados mundiais".
Hoje, será conhecido o resultado do PPI (sigla em inglês para índice de preços no atacado),
e amanhã, o CPI (a inflação ao
consumidor) de maio.
Se os dados vierem acima do
previsto, as Bolsas tendem a ter
mais um dia ruim. Isso acontece porque inflação acima do desejado é combatida com juros
maiores. E há o temor de que,
se os juros subirem acima de
certo nível, acabem por frear a
economia americana mais que
o necessário. Além disso, amanhã também será conhecido o
Livro Bege -compilação de dados feita pelo Fed sobre a situação da economia americana.
Elevações de juros na semana passada na Europa, na Ásia e
na África já tinham castigado
bastante os mercados.
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