São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Superávit da China quebra recorde e pressiona inflação

Saldo em maio foi de US$ 13 bi; entrada de dólares eleva quantidade de dinheiro em circulação, e preços avançam

País sofre pressão para valorizar sua moeda, o yuan, o que poderia reduzir os elevados saldos comerciais e frear ritmo da economia


DA BLOOMBERG

A China registrou, em maio, superávit comercial recorde, de US$ 13 bilhões, e a inflação se acelerou, aumentando a pressão sobre o governo local para que permita uma valorização do yuan. No Brasil, o superávit comercial no mesmo mês foi de US$ 3,028 bilhões.
O saldo chinês superou a mediana das estimativas obtidas em pesquisa realizada pela Bloomberg News -que previa US$ 12 bilhões- e foi maior do que os US$ 10,5 bilhões de abril. Segundo outro relatório divulgado pelo governo chinês, em maio os preços ao consumidor subiram 1,4% em relação ao mesmo mês de 2005, maior alta dos últimos quatro meses.
O crescimento de 25,1% registrado pelas exportações chinesas no mês passado está minando os esforços do governo local para controlar a inflação, pois tem injetado recursos demais no país. A valorização do yuan ajudaria a reduzir o desequilíbrio entre exportações e importações e acalmaria os parlamentares norte-americanos, que desejam reduzir o déficit comercial recorde dos EUA com a China e solicitam a adoção de tarifas de importação para os produtos chineses.
"O governo pretende manter sob controle a base monetária e o crescimento da concessão de empréstimos para impedir que esses fatores estimulem a inflação e gerem bolhas para os preços dos ativos", disse Tai Hui, economista do Standard Chartered Bank de Hong Kong. "Há uma entrada de recursos considerável na economia, e é um desafio para o banco central da China impedir que esse fluxo aumente a base monetária."
As exportações chinesas alcançaram US$ 73,1 bilhões em maio e as importações se elevaram para US$ 60,1 bilhões, segundo o relatório.
A base monetária chinesa deu um salto de 19,5% em maio. Foi sua expansão mais acelerada desde dezembro de 2003.
A valorização do yuan geraria uma desaceleração das exportações, que ajudaram a impulsionar o crescimento econômico de 10,3% registrado pela China no primeiro trimestre. O presidente do Banco Popular da China (o BC chinês), Zhou Xiaochuan, elevou a taxa básica de juros do país em abril passado para reduzir as concessões de empréstimos destinados à realização de investimentos e prometeu se retirar gradualmente do mercado de câmbio.


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