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Mercosul e México acertam aproximação
Mexicanos atuarão como observadores do bloco enquanto avançam nas negociações de um acordo de livre comércio
País enfrenta pressão
da opinião pública interna, que quer mais proximidade com países latinos e menor dependência dos EUA
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O México terá que avançar
nas negociações de um acordo
de livre comércio com o Mercosul antes de aderir ao bloco, disse ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,
ao chanceler mexicano, Luis
Ernesto Derbez, que esteve em
Brasília a convite do chanceler
brasileiro e reiterou o interesse
de seu país de integrar o bloco
sul americano.
Ficou acertado, porém, que,
por enquanto, o México vai
participar das reuniões do bloco na condição de observador.
Com mais de 70% de suas
trocas comerciais com os EUA,
além da maioria de seus investimentos concentrados naquele mercado, o México quer diversificar suas relações econômicas e, para isso, já assinou 44
acordos comerciais nos últimos
anos, segundo a Câmara Brasil-México de Indústria, Comércio
e Turismo, inclusive um com o
Mercosul, em 2002, mas que
ainda não saiu do papel.
Depois que a Venezuela iniciou seu processo de adesão ao
Mercosul como membro pleno,
em dezembro do ano passado, o
México voltou a consultar o
bloco sobre a possibilidade de
entrar para o bloco antes de
avançar no acordo de livre comércio. Mas, segundo Amorim,
isso só será possível quando
houver um calendário de redução das tarifas de comércio entre o México e o Mercosul.
"O preço que tem na porta do
Mercosul é igual para qualquer
membro, o que pode variar é a
forma de pagamento, ou seja,
os prazos", disse Amorim.
Politicamente o governo mexicano enfrenta pressão da opinião pública doméstica, que
quer mais proximidade com
países latino-americanos e menos com os Estados Unidos.
Por outro lado, muitos setores
mexicanos, como o do agronegócio, por exemplo, não estão
contentes com o Nafta -a área
de livre comércio entre o México, os Estados Unidos e o Canadá-, por isso resistem a novos
arranjos de abertura comercial.
Por causa das críticas domésticas à excessiva proximidade
com americanos, faz parte da
política externa do governo
mexicano aproximar-se do
Mercosul. No mês que vem, o
país escolhe novo presidente.
"Há uma série de requisitos para ser membro associado. Por
enquanto vamos seguir como
observadores, para não cair no
problema de antes de só olhar
para o Norte", disse Derbez.
Para passar da condição de
membro associado (com participação nas reuniões políticas e
com acordos de preferência comercial) para a de membro plenos (com adesão à Tarifa Externa Comum), a Venezuela saiu
da Comunidade Andina e assinou acordos com todos os países do bloco conjuntamente.
No caso do México, a situação é mais complicada. O país
assinou acordos de preferência
comercial com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai separadamente e nenhum com a Venezuela. Com o Brasil, o acordo
envolve só 800 produtos.
Nos últimos cinco anos, as
empresas mexicanas investiram US$ 8 bilhões no Brasil. No
mesmo período o Brasil investiu US$ 200 milhões lá..
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