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Seca dá perda de R$ 372 mi à agricultura catarinense
Produção de milho foi a mais afetada, com prejuízos de R$ 251,8 milhões
Departamento de meteorologia não prevê chuva para os próximos dias; estiagem atinge
195 municípios no Estado
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
A estiagem na região oeste e
meio-oeste de Santa Catarina
causou prejuízo de R$ 371,8 milhões no setor agropecuário.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a produção de milho foi a
que mais registrou perdas na
safra 2005/6: 1,007 milhão de
toneladas, o equivalente a R$
251,8 milhões.
"O prejuízo nas lavouras de
milho foi maior entre novembro de 2005 e janeiro de 2006.
A estiagem de maio afetou mais
o gado leiteiro, porque os grãos
já estavam colhidos", disse o diretor de Desenvolvimento Rural da secretaria, Ari Neumann.
A falta de chuva impossibilitou o crescimento do pasto e
fez com que os agricultores alimentassem o gado com milho
moído. "Essas forragens deveriam ser utilizadas nos meses
de julho e agosto, quando o frio
é mais intenso. Se não chover, o
gado ficará sem alimento e a
crise no setor leiteiro se agravará", afirmou Enori Barbieri, vice-presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária
de Santa Catarina).
O impacto da perda de cerca
de 11% na produção de leite é
sentido pelo consumidor nos
supermercados. Apesar de a
Faesc ter previsto redução no
preço do litro do leite, ele está
cerca de R$ 0,05 mais caro.
As safras de milho e de feijão
também foram prejudicadas no
Estado. Segundo o departamento de meteorologia da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina), não há previsão de chuva para os próximos
dias. Segundo a Secretaria de
Agricultura, o governo liberou
cerca de R$ 4 milhões do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural para enfrentar a
estiagem, que atinge 195 municípios. As verbas deverão financiar a construção de cisternas
na zona rural.
Para Airton Spies, chefe do
Centro de Estudos de Safras e
Mercados da Epagri, outros fatores contribuíram para a crise
no campo catarinense. "Os baixos preços das commodities, o
recuo das exportações, o embargo russo à carne suína e a
crise na indústria de aves ajudaram nas perdas agrícolas."
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