São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2007

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Incorporadoras investem na baixa renda

Objetivo é o público de menor poder aquisitivo, com imóveis na faixa de R$ 46 mil a R$ 120 mil e longos financiamentos

Empresas apostam em consumidor de baixa renda que procura qualidade, serviço e atendimento, mas que não dá calote


DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado popular está inspirando investimentos do setor da construção civil de forma inédita no mercado brasileiro. Após o pacote imobiliário lançado pelo governo em 2006, com uma série de medidas de incentivo fiscal, já é visível a entrada de novas empresas nesse segmento de consumo de baixa renda e intensificação das atividade de quem já atuava nele.
A Rossi Residencial, incorporadora que desde 1992 vem investindo nesse mercado, anunciou ontem um novo plano de investimentos para construir, até 2011, 43 mil unidades em vários Estados, a serem comercializadas entre R$ 46 mil e R$ 120 mil, em financiamentos de até 20 anos com prestações entre R$ 183 a R$ 481.
"Até há pouco tempo não havia financiamento para esse público nem segurança jurídica para os casos de inadimplência. Hoje, os bancos privados estão interessados nos rendimentos do setor imobiliário e a instituição da alienação fiduciária passou a dar maior segurança aos riscos de inadimplência, possibilitando a recuperação do imóvel em até seis meses após a decisão judicial", afirma Renato Diniz, diretor de operações.
Outra empresa que vem estendendo sua atuação a esse mercado é a BMSua Casa, do grupo Brazilian Mortgages, especializado no desenvolvimento e estruturação de operações financeiras, que oferece financiamentos de até 80% do valor do imóvel, limitado a R$ 200 mil, em prazo de até 30 anos.
"No Brasil, ainda estamos engatinhando no mercado de crédito imobiliário e esses consumidores de baixa renda estão demandando qualidade, serviço e, principalmente, atendimento", afirma o diretor de varejo da BM, Elyseu Mardegan Jr., que ressalva: "Não se pode confundir produtos para a população de baixa renda com produtos e serviços de baixa qualidade". Segundo Mardegan, são fatores determinantes para o sucesso desses empreendimentos o prazo de financiamento e o valor da prestação. "Essa população não costuma dar um passo maior do que a perna, garantindo a fama de bons pagadores."
A estimativa é que o mercado total de credito imobiliário hoje no país represente cerca de 1% do PIB. Nos EUA, esse volume corresponde a 80% do PIB e, na Europa, a 120%.
Listada na Bovespa desde junho de 1997, a Rossi conta com a parceria do Bradesco, Santander e ABN para oferecer R$ 3 bilhões em financiamentos para seus empreendimentos do "segmento econômico", como são chamados pela empresa.
Além da experiência de projetos anteriores, a Rossi adota a permuta de terrenos por unidades construídas ou percentual do faturamento para viabilizar os empreendimentos.


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