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Incorporadoras investem na baixa renda
Objetivo é o público de menor poder aquisitivo, com imóveis na faixa de R$ 46 mil a R$ 120 mil e longos financiamentos
Empresas apostam em consumidor de baixa renda que procura qualidade, serviço e atendimento,
mas que não dá calote
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mercado popular está inspirando investimentos do setor
da construção civil de forma
inédita no mercado brasileiro.
Após o pacote imobiliário lançado pelo governo em 2006,
com uma série de medidas de
incentivo fiscal, já é visível a entrada de novas empresas nesse
segmento de consumo de baixa
renda e intensificação das atividade de quem já atuava nele.
A Rossi Residencial, incorporadora que desde 1992 vem investindo nesse mercado, anunciou ontem um novo plano de
investimentos para construir,
até 2011, 43 mil unidades em
vários Estados, a serem comercializadas entre R$ 46 mil e R$
120 mil, em financiamentos de
até 20 anos com prestações entre R$ 183 a R$ 481.
"Até há pouco tempo não havia financiamento para esse
público nem segurança jurídica
para os casos de inadimplência.
Hoje, os bancos privados estão
interessados nos rendimentos
do setor imobiliário e a instituição da alienação fiduciária passou a dar maior segurança aos
riscos de inadimplência, possibilitando a recuperação do
imóvel em até seis meses após a
decisão judicial", afirma Renato Diniz, diretor de operações.
Outra empresa que vem estendendo sua atuação a esse
mercado é a BMSua Casa, do
grupo Brazilian Mortgages, especializado no desenvolvimento e estruturação de operações
financeiras, que oferece financiamentos de até 80% do valor
do imóvel, limitado a R$ 200
mil, em prazo de até 30 anos.
"No Brasil, ainda estamos engatinhando no mercado de crédito imobiliário e esses consumidores de baixa renda estão
demandando qualidade, serviço e, principalmente, atendimento", afirma o diretor de varejo da BM, Elyseu Mardegan
Jr., que ressalva: "Não se pode
confundir produtos para a população de baixa renda com
produtos e serviços de baixa
qualidade". Segundo Mardegan, são fatores determinantes
para o sucesso desses empreendimentos o prazo de financiamento e o valor da prestação.
"Essa população não costuma
dar um passo maior do que a
perna, garantindo a fama de
bons pagadores."
A estimativa é que o mercado
total de credito imobiliário hoje no país represente cerca de
1% do PIB. Nos EUA, esse volume corresponde a 80% do PIB
e, na Europa, a 120%.
Listada na Bovespa desde junho de 1997, a Rossi conta com
a parceria do Bradesco, Santander e ABN para oferecer R$ 3
bilhões em financiamentos para seus empreendimentos do
"segmento econômico", como
são chamados pela empresa.
Além da experiência de projetos anteriores, a Rossi adota a
permuta de terrenos por unidades construídas ou percentual
do faturamento para viabilizar
os empreendimentos.
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