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Bancos tentam consenso em tecnologia para disseminar atendimento por celular
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos pretendem investir pesado nos próximos anos
para fazer do celular o veículo
de massa para a bancarização
no país. Isso porque o número
de aparelhos já passa de 100
milhões no Brasil, enquanto os
usuários do internet banking se
estagnaram na casa de 27,3 milhões, segundo a Febraban.
Visto como a terceira revolução tecnológica no atendimento ao cliente (a primeira aconteceu com os caixas eletrônicos, e a segunda, com a internet), o chamado mobile banking carrega mais de 60 tecnologias. As operadoras de telefonia e os bancos têm interesses
divergentes e, muitas vezes,
vêem-se como concorrentes.
Para resolver o impasse, a
Febraban chamou todos os
bancos e as operadoras para
discutir a integração de suas
plataformas durante o Ciab
(congresso de tecnologia bancária), que começa hoje em São
Paulo. As estrelas do evento são
justamente as empresas de
software e de tecnologia móvel,
que apresentam seus produtos.
Mesmo entre os países com
maior uso de tecnologia, as plataformas não são compatíveis.
Nenhuma tecnologia surgiu
com capacidade de esmagar as
concorrentes e se tornar uma
unanimidade. E por banco no
celular entenda-se mais do que
as simples transações bancárias, mas também uma forma
de pagamento com o potencial
de diminuir a necessidade de
cash das pessoas.
"O mundo inteiro está confuso em relação a isso. O Brasil já
utiliza as principais tecnologias
disponíveis. A Febraban pensa
agora em como encaminhar os
próximos passos para chegar a
um consenso", disse Maurício
Ghetler, consultor que presta
serviço para a Febraban.
Para Ghetler, o primeiro desafio para chegar a um consenso é escolher uma plataforma
única, que permita cobrança e
pagamento, além de uma padronização na troca de dados
entre bancos e operadoras.
Outro ponto diz respeito à
privacidade e à segurança do
usuário. Provedores de internet, por exemplo, não ficam
com cópia dos acessos dos internautas, mas os dados trocados pelos celulares ficam armazenados nas operadoras.
Finalmente, os bancos também não sabem como cobrar
por serviços via celular e como
remunerar as operadoras, que,
aparentemente, não vão se
contentar com tarifas simples
pelo tráfego de dados.
Outro desafio é fazer a maioria dos serviços funcionarem
nos aparelhos hoje no mercado.
Utilizado como cartão de débito ou crédito, o celular é visto
como o melhor equipamento
para os chamados "micropagamentos", como táxis, metrô,
lanchonetes e deliveries. Além
de estar no bolso do usuário, o
celular permite a compra à distância -alguém pode buscar
um café ou abastecer o carro do
cliente sem que ele tenha de se
deslocar até o local. Pelo número do celular, o lojista localiza
remotamente o usuário, que
aprova ou não a transação.
Segundo Ghetler, o mobile
banking vai responder por 10%
das transações bancárias até
2010 no país.
No ano passado, transações
por mobile banking alcançaram 25 milhões de operações.
Todo o mercado bancário deverá registrar perto de 100 milhões de transações pelo celular
neste ano.
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