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Dívida externa argentina aumenta e bate em 56% do PIB nacional
Valor de US$ 144,72 bi supera o registrado em 2001, quando houve calote
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
A dívida externa argentina
atingiu pela primeira vez índices superiores aos de 2001,
quando o país entrou em grave
crise política e econômica e deu
calote na dívida. Em 2001, a dívida era de US$ 144,22 bi -54%
do PIB nacional.
Hoje, em cenário de aparente
bonança, com crescimento
anual superior a 8% há cinco
anos, a dívida chegou a US$
144,72 bi -56% do PIB atual.
Os dados estão no estudo
"Dívida e Inflação: De Volta para o Futuro", que Martín Krause e Aldo Abram, do Centro de
Pesquisa de Instituições e Mercados da Argentina, apresentarão na próxima semana.
Os economistas calculam
que, se fossem incluídos nessa
conta a dívida que a Argentina
tem com os chamados "holdouts", credores de bônus da
dívida do país que não aceitaram a renegociação do débito,
esse número chegaria a US$
170 bi, ou 67% do PIB.
Os números da dívida e o cenário atual do país trazem de
volta o fantasma de um novo
"default", afirma o estudo.
Há seis meses no poder, a
presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enfrenta há três
uma crise com o setor agropecuário devido ao aumento de
impostos sobre a exportação de
grãos. A crise gera desabastecimento de combustíveis e falta
de alimentos e aumenta ainda
mais a inflação.
Os economistas temem que,
diante desses problemas, a Argentina tenha cada vez mais dificuldade de acesso ao crédito
internacional, já que o país não
consegue negociar sua dívida
com o Clube de Paris. A Venezuela é o único país que empresta dinheiro à Argentina, diz
o informe, a uma taxa de juros
de cerca de 11%.
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