São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dívida externa argentina aumenta e bate em 56% do PIB nacional

Valor de US$ 144,72 bi supera o registrado em 2001, quando houve calote

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

A dívida externa argentina atingiu pela primeira vez índices superiores aos de 2001, quando o país entrou em grave crise política e econômica e deu calote na dívida. Em 2001, a dívida era de US$ 144,22 bi -54% do PIB nacional.
Hoje, em cenário de aparente bonança, com crescimento anual superior a 8% há cinco anos, a dívida chegou a US$ 144,72 bi -56% do PIB atual.
Os dados estão no estudo "Dívida e Inflação: De Volta para o Futuro", que Martín Krause e Aldo Abram, do Centro de Pesquisa de Instituições e Mercados da Argentina, apresentarão na próxima semana.
Os economistas calculam que, se fossem incluídos nessa conta a dívida que a Argentina tem com os chamados "holdouts", credores de bônus da dívida do país que não aceitaram a renegociação do débito, esse número chegaria a US$ 170 bi, ou 67% do PIB.
Os números da dívida e o cenário atual do país trazem de volta o fantasma de um novo "default", afirma o estudo.
Há seis meses no poder, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enfrenta há três uma crise com o setor agropecuário devido ao aumento de impostos sobre a exportação de grãos. A crise gera desabastecimento de combustíveis e falta de alimentos e aumenta ainda mais a inflação.
Os economistas temem que, diante desses problemas, a Argentina tenha cada vez mais dificuldade de acesso ao crédito internacional, já que o país não consegue negociar sua dívida com o Clube de Paris. A Venezuela é o único país que empresta dinheiro à Argentina, diz o informe, a uma taxa de juros de cerca de 11%.


Texto Anterior: Copom quer usar dados do trabalho em projeção
Próximo Texto: PF prende 17 sob suspeita de sonegação no setor de cana
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.