|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BRASIL X ARGENTINA
Setor privado diz que Brasil precisa abandonar "excesso de diplomacia" e ser mais duro com país vizinho
Para empresários, falta firmeza ao governo
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários criticaram ontem a
posição do governo brasileiro na
disputa comercial com a Argentina e exigiram "habilidade política", "firmeza" e "endurecimento"
na negociação. No último dia 5, a
Argentina anunciou que iria restringir a importação de máquinas
de lavar, refrigeradores e televisores brasileiros. Em 2003, o Brasil
vendeu 500 mil fogões, geladeiras
e lavadoras ao país vizinho.
Cláudio Vita Filho, vice-presidente da Philco, disse ser "estranho que ainda não tenhamos [o
governo] tido uma reação muito
firme. Temos de endurecer e marcar posição". A direção da CCE,
dona de 35% do mercado de televisores na Argentina, critica "o
excesso de diplomacia" do atual
comando brasileiro na questão.
"Não entendo por que o governo
não partiu "para cima" nesse caso", disse Synésio Batista da Costa, vice-presidente da empresa.
Na quinta-feira passada, a presidência da Eletros, entidade que
representa o setor eletrônico, disse temer que o governo brasileiro
adote uma "política dos panos
quentes" para tratar do assunto.
Na avaliação de Rui Hirschheimer, presidente da Electrolux, o
governo brasileiro precisará de
"presença e habilidade política"
nas negociações, se quiser avanços. "Essa situação precisa ser resolvida o mais rápido possível."
Até o momento, pelo lado do
governo brasileiro, a única
"ameaça" aos argentinos partiu
do ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Na última semana, ele disse que o Brasil
também tem munição para fomentar a "guerra comercial", se
assim desejar. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e demais ministros minimizaram o atrito.
Amanhã, representantes do
empresariado e técnicos do governo brasileiro se reúnem com
empresários argentinos para tentar uma solução negociada que
encerre o conflito. Na quinta-feira, o encontro será entre lideranças dos dois governos apenas,
com a presença do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Marcio Fortes.
Texto Anterior: Painel S.A. Próximo Texto: Argentinos vão propor cotas a itens brasileiros Índice
|