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MULTIMÍDIA
Financial Times da Inglaterra
Política em crise, mas economia estável
INGLATERRA - As agências de risco internacionais dizem que o
Brasil está estável, apesar de sua
mais grave crise política em anos.
"Como assim?", pergunta o jornal
britânico "Financial Times", em
reportagem publicada hoje.
Quando Lula concorria à Presidência há três anos, relembra o
jornal, os investidores fugiram do
país. Agora, contudo, eles parecem não se importar com as acusações de corrupção que já levaram à saída de quatro funcionários da cúpula do PT.
É o "panorama estável", nota
dada pela agência de risco Fitch
Ratings ao Brasil anteontem. As
ações brasileiras perderam valor
quando ocorreram as primeiras
acusações, mas o mercado de
ações já não está mais nervoso
que o normal.
Outro indicador é a moeda. No
início da crise política, o real deu
uma escorregada diante do dólar,
mas já retomou sua trajetória ascendente: o dólar fechou ontem
cotado a R$ 2,34. Quando Lula assumiu a Presidência, em janeiro
de 2003, valia R$ 3,52.
A principal explicação encontrada pelo jornal para solucionar
a aparente contradição entre economia e política é que o Brasil fez
a lição de casa no ajuste fiscal e
agora a balança de pagamentos
está em ordem.
"Graças ao boom nas exportações, em especial de commodities, as reservas internacionais foram reconstruídas, o que aumentou a confiança do investidor",
diz o presidente de Administração de Ativos do Banco do Brasil,
Nelson Rocha Augusto.
O texto cita também um estudo
do Banco Itaú que sugere serem
as exportações de commodities as
responsáveis pela valorização do
real, mais do que a alta taxa de juros.
Mas o "Financial Times" alerta:
as condições externas -como a
fome por commodities- que
mantêm a economia brasileira
afastada de problemas podem
mudar.
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