São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Ipea cruza informações para montar raio-x do mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

O estudo que concluiu que lucros maiores não garantem melhores salários no Brasil é um dos capítulos do livro "Tecnologia, Exportação e Emprego", publicado pelo Ipea e que será lançado no próximo dia 29.
Segundo Fernanda De Negri, pesquisadora do instituto, o livro será o segundo a ser lançado pelo órgão com estudos feitos a partir de informações geradas pelo cruzamento de diversas bases de dados do governo (leia texto ao lado).
"O primeiro livro que lançamos, no ano passado, foi sobre inovação tecnológica. Neste ano, focamos os estudos em temas relacionados ao mercado de trabalho formal e emprego."
De acordo com ela, a publicação que será lançada neste mês foi produzida para dar suporte ao livro "Brasil: o Estado de uma Nação 2006", também do Ipea, cujo tema foi mercado de trabalho e informalidade.
O livro aborda diferentes aspectos do mercado de trabalho no Brasil. Um dos capítulos, por exemplo, é dedicado ao tempo que homens e mulheres levam para ser promovidos nas grandes empresas brasileiras.
A conclusão do estudo, feito pelo pesquisador Danilo Coelho, é que, se um recém-formado com nível universitário leva seis anos e meio para ser promovido a gerente ou diretor, uma mulher na mesma condição sobe de posto em dez anos.
Outro capítulo é dedicado à relação entre o pagamento de benefícios a trabalhadores e os diferentes graus de investimento em inovação de produtos feitos pelas empresas brasileiras. A conclusão é que as mais inovadoras e produtivas geram aos trabalhadores o pagamento de mais benefícios indiretos, como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), auxílio-alimentação e seguro-saúde, entre outros.
A cada R$ 1 pago diretamente ao trabalhador em forma de salário, férias e PLR, as empresas mais inovadoras e com maior produtividade geram mais de R$ 0,50 em benefícios indiretos aos seus funcionários. As empresas menos inovadoras e menos produtivas geram cerca de R$ 0,40, segundo o estudo.
Outro levantamento do livro conclui que, quanto maior a quantidade de profissionais com nível superior que as empresas possuem em seus quadros de funcionários, maiores são as chances de elas criarem produtos inovadores no futuro.
Os pesquisadores do Ipea também abordam no livro as diferenças salariais entre trabalhadores em atividades agrícolas e não-agrícolas no Brasil.
Apesar de os trabalhadores em atividades não-agrícolas terem em média uma qualificação melhor, os empregados em atividades relacionadas à agricultura têm um salário melhor, mesmo que possuam as mesmas características, como igual número de anos de estudo.
Outro capítulo aborda a geração de postos de trabalho nas empresas exportadoras e não-exportadoras. Ao analisar as empresas que se mantiveram no mercado brasileiro entre 1997 e 2003, conclui que foram as empresas exportadoras que geraram mais empregos.


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