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Ipea cruza informações para montar raio-x do mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
O estudo que concluiu que
lucros maiores não garantem
melhores salários no Brasil é
um dos capítulos do livro "Tecnologia, Exportação e Emprego", publicado pelo Ipea e que
será lançado no próximo dia 29.
Segundo Fernanda De Negri,
pesquisadora do instituto, o livro será o segundo a ser lançado pelo órgão com estudos feitos a partir de informações geradas pelo cruzamento de diversas bases de dados do governo (leia texto ao lado).
"O primeiro livro que lançamos, no ano passado, foi sobre
inovação tecnológica. Neste
ano, focamos os estudos em temas relacionados ao mercado
de trabalho formal e emprego."
De acordo com ela, a publicação que será lançada neste mês
foi produzida para dar suporte
ao livro "Brasil: o Estado de
uma Nação 2006", também do
Ipea, cujo tema foi mercado de
trabalho e informalidade.
O livro aborda diferentes aspectos do mercado de trabalho
no Brasil. Um dos capítulos,
por exemplo, é dedicado ao
tempo que homens e mulheres
levam para ser promovidos nas
grandes empresas brasileiras.
A conclusão do estudo, feito
pelo pesquisador Danilo Coelho, é que, se um recém-formado com nível universitário leva
seis anos e meio para ser promovido a gerente ou diretor,
uma mulher na mesma condição sobe de posto em dez anos.
Outro capítulo é dedicado à
relação entre o pagamento de
benefícios a trabalhadores e os
diferentes graus de investimento em inovação de produtos feitos pelas empresas brasileiras. A conclusão é que as
mais inovadoras e produtivas
geram aos trabalhadores o pagamento de mais benefícios indiretos, como FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço), auxílio-alimentação e seguro-saúde, entre outros.
A cada R$ 1 pago diretamente
ao trabalhador em forma de salário, férias e PLR, as empresas
mais inovadoras e com maior
produtividade geram mais de
R$ 0,50 em benefícios indiretos aos seus funcionários. As
empresas menos inovadoras e
menos produtivas geram cerca
de R$ 0,40, segundo o estudo.
Outro levantamento do livro
conclui que, quanto maior a
quantidade de profissionais
com nível superior que as empresas possuem em seus quadros de funcionários, maiores
são as chances de elas criarem
produtos inovadores no futuro.
Os pesquisadores do Ipea
também abordam no livro as
diferenças salariais entre trabalhadores em atividades agrícolas e não-agrícolas no Brasil.
Apesar de os trabalhadores
em atividades não-agrícolas terem em média uma qualificação melhor, os empregados em
atividades relacionadas à agricultura têm um salário melhor,
mesmo que possuam as mesmas características, como igual
número de anos de estudo.
Outro capítulo aborda a geração de postos de trabalho nas
empresas exportadoras e não-exportadoras. Ao analisar as
empresas que se mantiveram
no mercado brasileiro entre
1997 e 2003, conclui que foram
as empresas exportadoras que
geraram mais empregos.
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