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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Pane da internet expõe fragilidades
A pane da Telefônica, que tirou do ar centenas de empresas
e residências no mês passado,
trouxe à tona a fragilidade dos
projetos de continuidade, chamados de "plano B", que têm o
papel de manter as empresas
em funcionamento, independentemente da natureza dos
problemas apresentados.
Uma pesquisa inédita realizada pela Daryus Strategic Risk
Consulting revela que nem
mesmo as operadoras de telefonia possuem planos efetivos
de continuidade.
A Daryus é uma companhia
especializada em gestão de riscos que atende algumas das
maiores corporações do país. O
levantamento, realizado com
112 das 500 maiores corporações, indica que apenas um terço possui um projeto eficiente
para evitar catástrofes ou falhas de comunicação.
Durante a pane da Telefônica, órgãos públicos, bancos, administradoras de cartões, entre
milhares de companhias, tiveram suas atividades comprometidas. Muitas ficaram com
sua rede de dados inoperante
fazendo com que até suas vendas ficassem comprometidas
por causa do problema.
"Em situações como essa, os
setores financeiro e de serviços
são os que registram maiores
perdas logo nas primeiras horas", afirma Jeferson D'Addario, diretor-geral da Daryus.
"Caso elas persistam por mais
de 24 horas, os prejuízos financeiros diminuem, mas aí ocorre
um dano de imagem."
Os números dão idéia dos
prejuízos que as grandes empresas podem ter sofrido com o
"apagão" da Telefônica, que durou 36 horas. Na primeira hora,
as empresas afirmam que panes como a interrupção dos canais de comunicação afetam
25% de seus processos (atividades como recebimento de pedidos de clientes ou autorização
para serviços de assistência
técnica, por exemplo), provocando perdas de até R$ 500 mil.
Com interrupções de até 24
horas no fornecimento de serviços essenciais, como a transmissão de dados, acesso à internet ou telefonia, pelo menos
18% dos processos seriam comprometidos, causando perdas
superiores a R$ 100 milhões.
Abimaq e Anfavea negociam parceria com Chávez
O presidente da Abimaq
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, e diretores da Anfavea
(Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) se reuniram anteontem com o presidente
venezuelano, Hugo Chávez,
para firmar uma parceria para a exportação de máquinas
e implementos agrícolas a
produtores familiares da Venezuela.
A comitiva também se reuniu ontem com funcionários
do governo venezuelano para acertar detalhes do acordo. Chávez pretende diminuir a dependência da Venezuela em relação aos Estados
Unidos.
Segundo Lourival Franklin Junior, da Abimaq, Chávez quer implementar um
programa de fomento à aquisição de equipamentos voltado aos agricultores familiares similar ao programa brasileiro Mais Alimentos, lançado no mês passado pelo
presidente Lula.
Essa é a segunda vez que
diretores da Abimaq vão à
Venezuela. A entidade também negocia a venda de máquinas para as 200 fábricas
estatais de processamento
de alimentos que Chávez
quer construir para reduzir a
dependência da Venezuela
de alimentos importados.
"A Venezuela é um grande
foco de negócios na América
Latina. O acordo está praticamente fechado. Não há entrave," diz Franklin.
EM DEBATE
A Federação Brasileira da
Indústria Farmacêutica e a
editora Cubzac lançam
"Saúde e Indústria Farmacêutica em Debate". A obra
reúne ensaios sobre o sistema de saúde brasileiro de 11
especialistas com formação
em economia, sociologia,
medicina e direito. O livro
será distribuído gratuitamente. Interessados podem
enviar e-mail para o endereço febrafarma@febrafarma.org.br.
EM SOLO BRASILEIRO
A montadora coreana
Hyundai, que já fabrica caminhões no Brasil, pretende
instalar uma nova unidade
no país para produzir automóveis. Hoje, os modelos da
marca são vendidos no país
pela importadora Caoa.
MOTOR AQUECIDO
José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM,
recebe hoje do governador
de SC, Luiz Henrique da Silveira, a licença ambiental
para instalar uma unidade
de motores e autopeças, em
Joinville. O investimento é
de US$ 200 milhões.
NA PONTA DO LÁPIS
No primeiro semestre, a
Caixa Econômica Federal
investiu R$ 3,4 bilhões em
habitação com recursos da
poupança, 33% mais sobre o
mesmo período de 2007.
SEDE OLÍMPICA
O Brasil foi um dos oito
países escolhidos pela Coca-Cola para lançar embalagens especiais inspiradas na
Olimpíada da série WE8
-União de Dois Mundos.
Desenvolvida pela designer
chinesa Xiao Xue, a garrafa
"Harmonia Global" estará à
venda na rede Cinemark a
partir de sexta-feira.
EL MAESTRO
O badalado chef espanhol Ferran Adriá, dono do El Bulli,
considerado o melhor do mundo, desembarca em São Paulo
em novembro. Adriá fará um jantar acompanhado de outros
14 chefs espanhóis estrelados pelo guia "Michelin". Alex Atala, do D.O.M., representa o Brasil. A revista "Prazeres da Mesa" e o Senac São Paulo organizam o jantar, dia 3 de novembro, que marca o início da Semana Mesa SP. "Negociamos
três anos para trazer Adriá", diz Mariella Lazaretti, coordenadora do evento. Muitos desses chefs mal se falam, mas o
próprio Adriá telefonou a todos para aceitar o convite. A instituição que patrocinar a Semana Mesa SP indicará a entidade que vai receber a renda obtida com o jantar beneficente.
Os convites serão leiloados e poderão custar de R$ 5.000 a
R$ 7.000, segundo estimativa bastante conservadora dos organizadores. Pelo menos 80 interessados terão a chance de
experimentar em São Paulo a cozinha inovadora de Adriá. Na
Espanha, a fila de espera para conseguir reserva no El Bulli,
aberto só sete meses ao ano, pode chegar a dois anos.
com JOANA CUNHA, JULIO WIZIACK, MARINA GAZZONI e VERENA FORNETTI
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