São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Pane da internet expõe fragilidades

A pane da Telefônica, que tirou do ar centenas de empresas e residências no mês passado, trouxe à tona a fragilidade dos projetos de continuidade, chamados de "plano B", que têm o papel de manter as empresas em funcionamento, independentemente da natureza dos problemas apresentados.
Uma pesquisa inédita realizada pela Daryus Strategic Risk Consulting revela que nem mesmo as operadoras de telefonia possuem planos efetivos de continuidade.
A Daryus é uma companhia especializada em gestão de riscos que atende algumas das maiores corporações do país. O levantamento, realizado com 112 das 500 maiores corporações, indica que apenas um terço possui um projeto eficiente para evitar catástrofes ou falhas de comunicação.
Durante a pane da Telefônica, órgãos públicos, bancos, administradoras de cartões, entre milhares de companhias, tiveram suas atividades comprometidas. Muitas ficaram com sua rede de dados inoperante fazendo com que até suas vendas ficassem comprometidas por causa do problema.
"Em situações como essa, os setores financeiro e de serviços são os que registram maiores perdas logo nas primeiras horas", afirma Jeferson D'Addario, diretor-geral da Daryus. "Caso elas persistam por mais de 24 horas, os prejuízos financeiros diminuem, mas aí ocorre um dano de imagem."
Os números dão idéia dos prejuízos que as grandes empresas podem ter sofrido com o "apagão" da Telefônica, que durou 36 horas. Na primeira hora, as empresas afirmam que panes como a interrupção dos canais de comunicação afetam 25% de seus processos (atividades como recebimento de pedidos de clientes ou autorização para serviços de assistência técnica, por exemplo), provocando perdas de até R$ 500 mil.
Com interrupções de até 24 horas no fornecimento de serviços essenciais, como a transmissão de dados, acesso à internet ou telefonia, pelo menos 18% dos processos seriam comprometidos, causando perdas superiores a R$ 100 milhões.

Abimaq e Anfavea negociam parceria com Chávez

O presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, e diretores da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) se reuniram anteontem com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, para firmar uma parceria para a exportação de máquinas e implementos agrícolas a produtores familiares da Venezuela.
A comitiva também se reuniu ontem com funcionários do governo venezuelano para acertar detalhes do acordo. Chávez pretende diminuir a dependência da Venezuela em relação aos Estados Unidos.
Segundo Lourival Franklin Junior, da Abimaq, Chávez quer implementar um programa de fomento à aquisição de equipamentos voltado aos agricultores familiares similar ao programa brasileiro Mais Alimentos, lançado no mês passado pelo presidente Lula.
Essa é a segunda vez que diretores da Abimaq vão à Venezuela. A entidade também negocia a venda de máquinas para as 200 fábricas estatais de processamento de alimentos que Chávez quer construir para reduzir a dependência da Venezuela de alimentos importados.
"A Venezuela é um grande foco de negócios na América Latina. O acordo está praticamente fechado. Não há entrave," diz Franklin.

EM DEBATE
A Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica e a editora Cubzac lançam "Saúde e Indústria Farmacêutica em Debate". A obra reúne ensaios sobre o sistema de saúde brasileiro de 11 especialistas com formação em economia, sociologia, medicina e direito. O livro será distribuído gratuitamente. Interessados podem enviar e-mail para o endereço febrafarma@febrafarma.org.br.

EM SOLO BRASILEIRO
A montadora coreana Hyundai, que já fabrica caminhões no Brasil, pretende instalar uma nova unidade no país para produzir automóveis. Hoje, os modelos da marca são vendidos no país pela importadora Caoa.

MOTOR AQUECIDO
José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM, recebe hoje do governador de SC, Luiz Henrique da Silveira, a licença ambiental para instalar uma unidade de motores e autopeças, em Joinville. O investimento é de US$ 200 milhões.

NA PONTA DO LÁPIS
No primeiro semestre, a Caixa Econômica Federal investiu R$ 3,4 bilhões em habitação com recursos da poupança, 33% mais sobre o mesmo período de 2007.

SEDE OLÍMPICA
O Brasil foi um dos oito países escolhidos pela Coca-Cola para lançar embalagens especiais inspiradas na Olimpíada da série WE8 -União de Dois Mundos. Desenvolvida pela designer chinesa Xiao Xue, a garrafa "Harmonia Global" estará à venda na rede Cinemark a partir de sexta-feira.

EL MAESTRO

O badalado chef espanhol Ferran Adriá, dono do El Bulli, considerado o melhor do mundo, desembarca em São Paulo em novembro. Adriá fará um jantar acompanhado de outros 14 chefs espanhóis estrelados pelo guia "Michelin". Alex Atala, do D.O.M., representa o Brasil. A revista "Prazeres da Mesa" e o Senac São Paulo organizam o jantar, dia 3 de novembro, que marca o início da Semana Mesa SP. "Negociamos três anos para trazer Adriá", diz Mariella Lazaretti, coordenadora do evento. Muitos desses chefs mal se falam, mas o próprio Adriá telefonou a todos para aceitar o convite. A instituição que patrocinar a Semana Mesa SP indicará a entidade que vai receber a renda obtida com o jantar beneficente.
Os convites serão leiloados e poderão custar de R$ 5.000 a R$ 7.000, segundo estimativa bastante conservadora dos organizadores. Pelo menos 80 interessados terão a chance de experimentar em São Paulo a cozinha inovadora de Adriá. Na Espanha, a fila de espera para conseguir reserva no El Bulli, aberto só sete meses ao ano, pode chegar a dois anos.

com JOANA CUNHA, JULIO WIZIACK, MARINA GAZZONI e VERENA FORNETTI


Próximo Texto: Paulo Rabello de Castro: A nova classe média mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.