|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA e banco suíço fecham acordo sobre evasão fiscal
Expectativa é que UBS libere nomes de parte de 52 mil clientes americanos suspeitos
Mercado reage bem, e ações
do banco fecham em alta de
3%; autoridades americanas
estimam que os clientes
possam ter US$ 15 bilhões
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Os Estados Unidos e o banco
suíço UBS chegaram ontem a
um acordo final no processo judicial em que o Departamento
de Justiça americano investiga
o envolvimento de 52 mil clientes americanos do banco com
evasão fiscal. O governo americano solicitou à Justiça a divulgação dos nomes dos clientes.
Os detalhes do acordo não foram divulgados, mas a expectativa é que o banco seja obrigado
a divulgar o nome de uma parcela dos clientes. Ainda não está claro se o banco também deverá pagar algum tipo de multa.
Em nota divulgada na internet, o UBS diz que se comprometeu a não dar mais detalhes.
"O quadro de diretores e a administração do UBS estão agradecidos por os dois governos
terem chegado a um acordo para resolver essa questão, e nós
agradecemos ao governo e à delegação suíça pelos seus esforços na negociação", afirmou
Kaspar Villiger, presidente do
conselho do UBS. No fim de julho, já havia sido fechado um
acordo preliminar, que dependia de avanço nas negociações.
Caso o UBS de fato revele o
nome dos clientes, o processo
pode indicar que os dias de contas bancárias secretas na Suíça
estejam no fim. As autoridades
americanas avaliam que os 52
mil clientes americanos podem
ter escondido ativos da ordem
de US$ 15 bilhões.
A ministra da Justiça suíça,
Evelyne Widmer-Schlumpf,
disse ter ficado satisfeita em solucionar o assunto com um
compromisso dos dois países. A
discussão é complexa porque o
UBS alegou ao longo da discussão que revelar os nomes dos
clientes seria contrário à legislação do país. O governo suíço
chegou a afirmar anteriormente que poderia impedir o banco
de divulgar os nomes.
Ações em alta
O fechamento do acordo teve
repercussão positiva no mercado. As ações do banco fecharam
em alta de 3% na Suíça. A avaliação é que o fechamento do
acordo permite a retomada da
confiança do investidor.
O UBS divulgou no início
deste mês resultado negativo
de 1,4 bilhão de francos no segundo trimestre, o equivalente
a R$ 2,3 bilhões, um desempenho que vai na contramão do de
outros bancos europeus. Além
das dificuldades motivadas pela crise, o banco teve a imagem
desgastada em razão do processo judicial. O governo suíço já
afirmou que no futuro pretende se desfazer de sua participação acionária no banco.
Em fevereiro, o banco já havia concordado em pagar US$
780 milhões em um processo
criminal que também tinha relações com evasão fiscal.
Na época, o banco aceitou divulgar dados de cerca de 250
clientes americanos que tinham contas na Suíça.
Ao menos três clientes americanos do banco já confessaram ter cometido evasão fiscal
desde que o UBS entregou a lista às autoridades americanas
em fevereiro.
Texto Anterior: Comércio: Restrição chinesa à importação de DVDs é ilegal, afirma OMC Próximo Texto: Tecnologia: Microservice fará 1ª fábrica de discos Blu-ray do Brasil Índice
|