São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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EUA e banco suíço fecham acordo sobre evasão fiscal

Expectativa é que UBS libere nomes de parte de 52 mil clientes americanos suspeitos

Mercado reage bem, e ações do banco fecham em alta de 3%; autoridades americanas estimam que os clientes possam ter US$ 15 bilhões


JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Os Estados Unidos e o banco suíço UBS chegaram ontem a um acordo final no processo judicial em que o Departamento de Justiça americano investiga o envolvimento de 52 mil clientes americanos do banco com evasão fiscal. O governo americano solicitou à Justiça a divulgação dos nomes dos clientes.
Os detalhes do acordo não foram divulgados, mas a expectativa é que o banco seja obrigado a divulgar o nome de uma parcela dos clientes. Ainda não está claro se o banco também deverá pagar algum tipo de multa.
Em nota divulgada na internet, o UBS diz que se comprometeu a não dar mais detalhes.
"O quadro de diretores e a administração do UBS estão agradecidos por os dois governos terem chegado a um acordo para resolver essa questão, e nós agradecemos ao governo e à delegação suíça pelos seus esforços na negociação", afirmou Kaspar Villiger, presidente do conselho do UBS. No fim de julho, já havia sido fechado um acordo preliminar, que dependia de avanço nas negociações.
Caso o UBS de fato revele o nome dos clientes, o processo pode indicar que os dias de contas bancárias secretas na Suíça estejam no fim. As autoridades americanas avaliam que os 52 mil clientes americanos podem ter escondido ativos da ordem de US$ 15 bilhões.
A ministra da Justiça suíça, Evelyne Widmer-Schlumpf, disse ter ficado satisfeita em solucionar o assunto com um compromisso dos dois países. A discussão é complexa porque o UBS alegou ao longo da discussão que revelar os nomes dos clientes seria contrário à legislação do país. O governo suíço chegou a afirmar anteriormente que poderia impedir o banco de divulgar os nomes.

Ações em alta
O fechamento do acordo teve repercussão positiva no mercado. As ações do banco fecharam em alta de 3% na Suíça. A avaliação é que o fechamento do acordo permite a retomada da confiança do investidor.
O UBS divulgou no início deste mês resultado negativo de 1,4 bilhão de francos no segundo trimestre, o equivalente a R$ 2,3 bilhões, um desempenho que vai na contramão do de outros bancos europeus. Além das dificuldades motivadas pela crise, o banco teve a imagem desgastada em razão do processo judicial. O governo suíço já afirmou que no futuro pretende se desfazer de sua participação acionária no banco.
Em fevereiro, o banco já havia concordado em pagar US$ 780 milhões em um processo criminal que também tinha relações com evasão fiscal.
Na época, o banco aceitou divulgar dados de cerca de 250 clientes americanos que tinham contas na Suíça.
Ao menos três clientes americanos do banco já confessaram ter cometido evasão fiscal desde que o UBS entregou a lista às autoridades americanas em fevereiro.


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