São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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AVIAÇÃO
Índice enviado à Fazenda é inferior aos 9,5% pedidos pelas empresas
DAC sugere aumento de 2,9% na passagem aérea

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

O DAC (Departamento de Aviação Civil) encaminhou ao Ministério da Fazenda sua sugestão para que as tarifas aéreas nacionais sejam reajustadas em 2,9%.
A Folha apurou que o pedido foi encaminhado ontem à noite ao ministério. Com isso, o DAC restringiu o percentual de reajuste das passagens aéreas solicitado pelas quatro principais companhias aéreas do país nos últimos dois dias (9,5%). Geralmente, as sugestões do DAC são acatadas pelo governo.
As companhias aéreas, que já reduziram as promoções oferecidas em todos os seus vôos, alegam que as tarifas precisam ser revistas devido à alta do querosene de aviação e dos impostos, incluindo aí a reintrodução, desde 17 de junho, da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), além da variação cambial.
O DAC checou as planilhas das empresas e aceitou, em parte, os argumentos.
Por lei, as tarifas públicas estão submetidas, por contrato, a uma atualização anual. Segundo advogados ligados às companhias aéreas, essa restrição não constaria dos contratos de concessão das linhas, e não seria entrave a uma revisão feita em prazo menor.

Em junho,10,9%
As passagens aéreas já haviam sido reajustadas em 10,9% em junho. Nesta semana, as companhias começaram a reduzir os descontos oferecidos em todas as rotas nacionais.
No auge da guerra tarifária, no ano passado, havia ofertas de até 60% de desconto nas passagens. Hoje, os descontos são, no máximo, de 20%, caso da Vasp e da Transbrasil, e não passam de 13,5%, na Varig, e de 12%, na TAM. A ponte aérea entre Rio e São Paulo está 10%, em média, mais cara, por causa da redução dos descontos.
A guerra tarifária aumentou o número de passageiros transportados em 98, mas o faturamento das empresas não acompanhou o ritmo e o lucro caiu.
Segundo dados do DAC, houve acréscimo de 23,8% no número de passageiros em 98 em comparação com 97. Mesmo assim, só a TAM conseguiu fechar o ano no azul, com lucro de R$ 15,5 milhões.
No primeiro trimestre deste ano, todas tiveram prejuízo. Uma indicação de que os balanços do segundo trimestre continuaram em baixa é a queda de 7,6% no número de passageiros transportados entre janeiro e julho deste ano, segundo dados divulgados pelo DAC.

Encontro
Os presidentes da Varig, Vasp, Transbrasil e TAM voltaram a se reunir na terça-feira, em Brasília, menos de uma semana depois do encontro que tiveram em São Paulo.
As empresas informam estarem tratando de assuntos de interesse do setor, e negam uma provável fusão ou incorporação entre elas. Essa foi a resposta dada à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão fiscalizador do mercado de capitais, que pediu explicações sobre o assunto às companhias.


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