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Receita troca superintendente em SP
Mudança dá continuidade ao processo de reestruturação do órgão após substituição de Jorge Rachid por Lina Vieira
Luiz Sérgio Soares,
que entra no lugar de
Edmundo Spolzino, ocupava
presidência da delegacia
sindical de Belo Horizonte
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Responsável pela área na
qual mais se arrecadam tributos federais, o superintendente
da Receita Federal em São Paulo, Edmundo Rondinelli Spolzino, será substituído na próxima semana. A mudança, que dá
continuidade ao processo de
reestruturação do órgão após a
demissão de Jorge Rachid, foi
assinada ontem por Lina Vieira, que assumiu o cargo de secretária da Receita Federal no
mês passado.
O novo superintendente em
São Paulo será o mineiro Luiz
Sérgio Soares, 60. Funcionário
de carreira da Receita, onde ingressou por concurso em dezembro de 1977, Soares ocupava, até ontem, a presidência da
delegacia sindical de Belo Horizonte, ligada ao Unafisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da
Receita Federal). Ele não tem
filiação partidária.
A troca no comando da Receita de São Paulo sairá no
"Diário Oficial" da União na segunda-feira e a cerimônia de
posse será no mesmo dia, à tarde. A mudança foi confirmada
ontem pela assessoria de imprensa do órgão.
Spolzino estava no cargo desde junho de 2004, ainda na gestão do atual deputado federal
Antonio Palocci Filho (PT-SP)
à frente do Ministério da Fazenda. Outras sete trocas de superintendentes regionais serão
concretizadas nas próximas semanas.
Soares foi escolhido pessoalmente por Lina Vieira. A Folha
apurou que ele é ligado ao grupo político da secretária, além
de ser um líder sindicalista da
categoria.
Diferentemente de Rachid, a
atual secretária da Receita conta com o apoio dos sindicatos
dos servidores, principalmente
o dos auditores fiscais, que fizeram greve neste ano por reajuste de salários. Desde que assumiu, Lina Vieira já recebeu a
diretoria do Unafisco diversas
vezes e demonstrou disposição
em resolver os problemas de
estruturação da carreira e de
qualidade do atendimento do
fisco.
Outras trocas
Além de mudanças nas superintendências regionais, a Folha apurou que Lina Vieira deverá trocar os cinco secretários-adjuntos, herdados da gestão Rachid. Acusada numa ação
de improbidade movida pelo
Ministério Público Federal,
Liêda Amaral de Souza, adjunta
da área previdenciária, deve ser
substituída nos próximos dias.
Ela é suspeita de ter participado do desvio de R$ 15 milhões.
Ela nega.
A troca do governo Fernando
Henrique Cardoso para o de
Luiz Inácio Lula da Silva não
trouxe grandes mudanças no
comando e na estratégia da Receita Federal. Rachid, nomeado
secretário pelo ex-ministro Antonio Palocci, foi secretário-adjunto de Everardo Maciel (que
esteve à frente do órgão durante o governo FHC).
Na avaliação dos funcionários que apóiam a secretária Lina, haverá uma mudança de
"grupo político" no órgão. Eles
se autodefinem como uma linha "mais progressista e preocupada com a justiça fiscal". A
nova secretária já manifestou,
por exemplo, que concorda
com desonerações fiscais e o
aumento do número de alíquotas do Imposto de Renda. Rachid era mais conservador nesse aspecto, contra desonerações e mais focado no aumento
da arrecadação tributária.
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