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Contribuinte dos EUA pode perder até US$ 1,2 tri
DE NOVA YORK
O Congresso dos EUA trabalha com a estimativa de que os
contribuintes norte-americanos possam perder até US$ 1,2
trilhão como resultado da
inundação recorde de dinheiro
que o Fed (o BC norte-americano) e o Departamento do Tesouro promoveram para salvar
bancos, empresas e mutuários.
O valor equivale a 8% do PIB
dos EUA e pode decorrer das
perdas acumuladas em vários
programas de injeção de liquidez (dinheiro) e de subsídios ao
sistema financeiro, corporativo
e a pessoas afetadas pela crise.
Além do pacote de gastos diretos de US$ 787 bilhões em
andamento, o Fed e o Tesouro
subsidiaram com trilhões de
dólares várias linhas de crédito.
Esses gastos, combinados a
uma expectativa de baixo crescimento por um longo período,
ajudariam a somar, em dez
anos, US$ 9 trilhões ao endividamento do país, que poderá
chegar a US$ 17,5 trilhões até
2019, em estimativas oficiais.
Um dos maiores programas
de socorro, de US$ 2,5 trilhões
para ampliar a liquidez no mercado bancário, deve ser descontinuado no fim de outubro, já
que os lucros voltaram entre os
maiores bancos.
Considerado o grande vilão
da crise por ter emprestado em
muitos casos até US$ 35 para
cada US$ 1 que tinha em ativos,
o sistema financeiro nos EUA
aumenta os lucros bem mais
rapidamente que indústrias,
comércio e demais áreas.
Isso ocorre mesmo não tendo sido atacada de frente a
questão dos chamados "ativos
tóxicos" (produto dos empréstimos sem garantias suficientes), que continuam restringindo o crédito no país.
Em termos anualizados, a
oferta de financiamentos nos
EUA é hoje quase 10% menor
do que há um ano. Em compensação, os bancos elevaram tarifas e juros agressivamente
(mesmo tomando dinheiro a
custo quase zero do Fed).
Juntos, os cinco maiores
bancos norte-americanos
(Bank of America, Citigroup,
Goldman Sachs, JPMorgan
Chase e Morgan Stanley) lucraram US$ 23 bilhões nos seis
primeiros meses de 2009. No
mesmo período em 2008, haviam perdido US$ 6,7 bilhões.
No fim do ano passado, eles
praticamente quebraram. O
Tesouro socorreu o sistema
bancário com US$ 230 bilhões.
Esses cinco bancos já reservaram US$ 61 bilhões para o pagamento de bônus a funcionários -80% do valor pago no
bom ano de 2007.
(FCZ)
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