São Paulo, quarta-feira, 13 de outubro de 2004

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RANKING

Brasil fica em 17º como destino para recursos externos diretos, diz consultoria

País cai em lista de investimentos

DA FOLHA ONLINE

O Brasil perdeu várias posições e atingiu sua pior classificação em um ranking dos melhores países para investimentos, elaborado e divulgado ontem pela consultoria americana AT Kearney.
O ranking utiliza como base a pesquisa anual realizada pela consultoria com executivos das maiores empresas do mundo.
O país foi apontado neste ano como o 17º lugar mais atrativo para IED (investimentos estrangeiros diretos), oito posições pior do que em 2003. É o posto mais baixo desde que a AT Kearney começou a divulgar a pesquisa, em 1998.
No relatório, a consultoria afirma que o cenário econômico brasileiro melhorou, com "maior estabilidade", "retomada do crescimento" e "melhores perspectivas de lucratividade". Esses fatores, de acordo com a AT Kearney, "poderá ajudar a reverter o declínio em investimentos externos diretos" no país verificado no ano passado. O Brasil atraiu em 2003 US$ 10,1 bilhões, contra US$ 16,6 bilhões no ano anterior.
"Entretanto preocupações com questões de regulamentação, assim como oportunidades oferecidas em outros lugares do mundo em desenvolvimento, podem limitar a capacidade do país [Brasil] de aumentar a entrada desses investimentos", alerta a AT Kearney em seu relatório.
A consultoria americana dá a entender que não há culpa direta do governo Lula pela queda no ranking: "Apesar dos esforços hercúleos do governo para garantir a estabilidade macroeconômica, o Brasil ainda é percebido como um país de grande risco".

China lidera
A China manteve neste ano a posição de liderança entre os países mais atraentes do mundo em investimentos estrangeiros diretos, segundo a consultoria. A economia chinesa vem crescendo a alta taxas há vários anos, o que melhora o potencial para a abertura de novos negócios.
Já a Índia subiu três posições em relação a 2003 e passou do sexto para o terceiro lugar. É a melhor colocação já obtida pelo país. Em segundo lugar no geral, aparecem os Estados Unidos.
Para a AT Kearney, "à medida que a China e a Índia ganham posições de liderança na economia global, os EUA e o resto do mundo vão enfrentar as grandes pressões competitivas dessas duas economias dinâmicas e em rápida evolução".
Mas os investidores também devem reduzir os investimentos na América Latina. Os recursos migrarão para a Ásia, segundo a pesquisa. Nessa linha, o México, assim como o Brasil, também despencou no ranking dos melhores destinos para investimentos e caiu do terceiro posto para o 22º em 2004. É o primeiro ano em que o país não figura entre os dez destinos preferidos dos investidores desde o início do estudo.


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