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BARRIL DE PÓLVORA
Relatório da Agência Internacional de Energia cita possível greve dos petroleiros como causa de preocupação
Brasil vira justificativa para alta do petróleo
DA REDAÇÃO
Depois de Iraque, Nigéria, Rússia e México terem sido responsabilizados pela alta do petróleo,
ontem foi vez de o Brasil entrar
em cena. Relatório divulgado pela
IEA (Agência Internacional de
Energia) incluiu o país como uma
das razões para a alta do petróleo.
A possível greve de petroleiros,
que ameaçam paralisar as atividades na semana que vem, poderia
prejudicar o mercado.
O Brasil produz diariamente 1,7
milhões de barris. A demanda
mundial, segundo a própria IEA,
será de 82,4 milhões de barris por
dia até o fim do ano.
Os preços do barril atingiram
novos recordes ao longo do dia,
mas encerraram em queda.
Na Bolsa Mercantil de Nova
York, o barril do tipo light negociado para novembro fechou cotado a US$ 52,51, recuando mais
de US$ 1 em relação ao último fechamento. Em Londres, o barril
do tipo Brent fechou a US$ 42,60,
após chegar a US$ 51,60.
Durante o dia, no entanto, preocupações com países produtores e
com o crescimento da demanda
no inverno norte-americano e europeu fizeram os preços atingirem novos recordes. O preço alcançou a cotação máxima de US$
54,45 em Nova York.
O mercado reagiu negativamente à revisão da expectativa da
IEA para os estoques e demanda
por petróleo neste ano. Segundo a
entidade, neste ano haverá um incremento de 2,7 milhões de barris
na demanda pelo produto.
Por outro lado, a agência reviu
para baixo a previsão de demanda
para o ano que vem. As razões seriam o alto preço e a redução no
crescimento chinês.
O Brasil foi citado no relatório
como um dos motivos para a alta
recente dos preços do produto.
"As greves no Brasil, na Nigéria,
na Noruega contribuíram para
aumentar preços", diz o informe.
Mesmo com as pressões de alta
ontem, os valores começaram a
cair no fim do pregão. Para o corretor do BNP Paribas Tom Bentz,
"os preços não podem subir sempre. Às vezes, é preciso haver algum tipo de correção".
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em
mais uma tentativa de baixar os
preços, tentou elevar as vendas do
produto. Analistas, todavia, disseram que a medida não teve efeitos
em razão da baixa qualidade do
produto oferecido. Para outros
analistas, o cartel pode estar agindo motivado por informações
privilegiadas.
Amanhã será divulgado o resultado da situação dos estoques de
petróleo dos EUA. A previsão é de
uma elevação entre 1 milhão e 2
milhões de barris.
Nigéria
A Shell informou que a produção na Nigéria poderá ser reduzida em 20 mil barris diários após
um ataque a um oleoduto no país.
O país vive uma onda de protestos
por conta de aumentos nos preços dos combustíveis.
O mercado ainda acompanha a
retomada da produção no golfo
do México, atingido pelo furacão
Ivan. A produção diária permanece 27% abaixo dos níveis anteriores à passagem do furacão.
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