São Paulo, quarta-feira, 13 de outubro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Relatório da Agência Internacional de Energia cita possível greve dos petroleiros como causa de preocupação

Brasil vira justificativa para alta do petróleo

DA REDAÇÃO

Depois de Iraque, Nigéria, Rússia e México terem sido responsabilizados pela alta do petróleo, ontem foi vez de o Brasil entrar em cena. Relatório divulgado pela IEA (Agência Internacional de Energia) incluiu o país como uma das razões para a alta do petróleo. A possível greve de petroleiros, que ameaçam paralisar as atividades na semana que vem, poderia prejudicar o mercado.
O Brasil produz diariamente 1,7 milhões de barris. A demanda mundial, segundo a própria IEA, será de 82,4 milhões de barris por dia até o fim do ano.
Os preços do barril atingiram novos recordes ao longo do dia, mas encerraram em queda.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril do tipo light negociado para novembro fechou cotado a US$ 52,51, recuando mais de US$ 1 em relação ao último fechamento. Em Londres, o barril do tipo Brent fechou a US$ 42,60, após chegar a US$ 51,60.
Durante o dia, no entanto, preocupações com países produtores e com o crescimento da demanda no inverno norte-americano e europeu fizeram os preços atingirem novos recordes. O preço alcançou a cotação máxima de US$ 54,45 em Nova York.
O mercado reagiu negativamente à revisão da expectativa da IEA para os estoques e demanda por petróleo neste ano. Segundo a entidade, neste ano haverá um incremento de 2,7 milhões de barris na demanda pelo produto.
Por outro lado, a agência reviu para baixo a previsão de demanda para o ano que vem. As razões seriam o alto preço e a redução no crescimento chinês.
O Brasil foi citado no relatório como um dos motivos para a alta recente dos preços do produto. "As greves no Brasil, na Nigéria, na Noruega contribuíram para aumentar preços", diz o informe.
Mesmo com as pressões de alta ontem, os valores começaram a cair no fim do pregão. Para o corretor do BNP Paribas Tom Bentz, "os preços não podem subir sempre. Às vezes, é preciso haver algum tipo de correção".
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em mais uma tentativa de baixar os preços, tentou elevar as vendas do produto. Analistas, todavia, disseram que a medida não teve efeitos em razão da baixa qualidade do produto oferecido. Para outros analistas, o cartel pode estar agindo motivado por informações privilegiadas.
Amanhã será divulgado o resultado da situação dos estoques de petróleo dos EUA. A previsão é de uma elevação entre 1 milhão e 2 milhões de barris.

Nigéria
A Shell informou que a produção na Nigéria poderá ser reduzida em 20 mil barris diários após um ataque a um oleoduto no país. O país vive uma onda de protestos por conta de aumentos nos preços dos combustíveis.
O mercado ainda acompanha a retomada da produção no golfo do México, atingido pelo furacão Ivan. A produção diária permanece 27% abaixo dos níveis anteriores à passagem do furacão.


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