MARCELO PINHO
DA REDAÇÃO

Os donos de carros que abastecem nos postos de combustíveis dentro de supermercados conseguem economizar até 9% por litro de gasolina.
Em um supermercado Extra em Guarulhos, por exemplo, o litro de gasolina comum custa R$ 1,949, contra preços de até R$ 2,149 em postos comuns, segundo o relatório semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo): uma diferença de 9,3%.
O engenheiro Alexandre Pereira, 28, abastece há dois anos apenas em supermercados. Segundo ele, que roda em média 800 km por semana, a economia pode chegar a 10% ao mês. "Costumava pagar até R$ 2,10 por litro. Nos supermercados, desembolso R$ 1,90."
Por trás da vantagem, no entanto, há uma disputa entre os postos de gasolina e os supermercados, acusados de concorrência desleal.
O presidente do Sincopetro (postos de combustíveis), José Alberto Paiva Gouveia, diz que os supermercados possuem uma condição fiscal que os diferencia dos postos de gasolina. "Os mercados podem descontar o excesso que pagam do ICMS em outras mercadorias. O posto não tem essa possibilidade", explica.
Gouveia acusa os supermercados de não utilizar frentistas. Em seu lugar, diz, trabalham repositores de mercadoria, que ganham menos.
A assessoria de imprensa do supermercado Extra, que tem 31 pontos-de-venda de combustíveis, contesta as afirmações. Segundo ela, a explicação para o menor preço está no volume comprado das distribuidoras, que, declarou, chega a ser o triplo do comprado por um posto comum. A assessoria do Extra confirmou a possibilidade do abatimento fiscal, mas afirmou não utilizá-lo. Negou ainda a ausência de frentistas.
O consultor do setor de combustíveis Adriano Pires, do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), concorda com as reclamações dos donos de postos. Para ele, "há uma concorrência desleal". "Deveria haver uma legislação isonômica para não quebrar os postos de gasolina", disse.


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