São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

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OceanAir afirma que quer crescer com rotas alternativas

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O empresário German Efromovich, dono da OceanAir, afirma que desistiu da disputa com a "concorrência predatória" no Brasil. A estratégia que a companhia aérea adotou para aumentar sua fatia de mercado é investir em rotas específicas.
A companhia iniciou no final de agosto sua primeira rota internacional. O destino escolhido foi a Cidade do México, e o vôo é realizado com um Boeing-767/300. De acordo com Efromovich, os próximos destinos serão Luanda, na Angola, Lagos, na Nigéria, Los Angeles, nos Estados Unidos, e alguns países da América Latina.
Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia se reunido com as principais empresas aéreas para incentivar a criação de rotas para o continente africano. A medida sempre foi considerada pouco atraente do ponto de vista comercial pelas companhias.
O próximo destino que a OceanAir pretende inaugurar é Luanda, capital da Angola, país que tem recebido um volume crescente de funcionários e empresas brasileiras que apostam no crescimento econômico do país em reconstrução. A estimativa do governo para este ano era de um crescimento econômico da ordem de 19%.
A OceanAir nasceu como uma empresa de táxi aéreo para atender companhias de petróleo na bacia de Campos. Começou a explorar rotas para cidades de médio porte e é hoje a quinta maior empresa em fatia de mercado, de acordo com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). No mês passado, ela respondeu por 2,61% do mercado.
Apesar do tamanho reduzido de operações, especialistas ouvidos pela Folha afirmaram que a companhia tende a ganhar espaço nos próximos anos com a chegada de novas aeronaves. A OceanAir tem encomendas de mais de 30 aviões da Airbus.
A companhia abrirá uma loja até novembro na favela da Rocinha (zona sul do Rio), e pretende oferecer pagamento em até 36 parcelas. O parcelamento dependerá de análise financeira. "Vamos buscar onde tem mercado. Se a coisa explodir, vamos aumentar os vôos para o Nordeste. Um sujeito que consegue ficar três dias dentro de um ônibus tomando só um banho vai preferir ir de avião se for o mesmo custo", disse.

Vasp
Efromovich é um dos interessados na aquisição de ativos da Vasp, que devem ir a leilão no final do mês. O empresário ainda não apresentou proposta formal. "Não queremos comprar dívida do senhor Canhedo [Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp] ou de qualquer outra pessoa", disse. A Vasp deixou de operar em 2005 e está em recuperação judicial. Além da OceanAir, outros quatro investidores mostraram interesse pela companhia.
O risco de assumir dívidas anteriores foi o que afastou o empresário do leilão das operações da Varig. A empresa acabou sendo comprada pela VarigLog, que tem o fundo americano Matlin Patterson como investidor. O fundo pretende comprar as operações de manutenção da Vasp. Já a OceanAir quer ficar com todos os ativos à venda: cargas, manutenção, apoio aeroportuário e treinamento.


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