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CONJUNTURA
Ministro afirma que meta inflacionária para este ano será cumprida", pois alta é localizada
Inflação não vai voltar, afirma Malan
da Sucursal do Rio
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, disse ontem que, apesar
da alta verificada em outubro, a
inflação deste ano ficará dentro
da meta traçada pelo governo, de
8% com margem de dois pontos
percentuais para baixo ou para cima. "Os 8% deste ano nós vamos
alcançar, dentro da margem",
disse o ministro.
Segundo Malan, "a maioria esmagadora" dos preços que puxaram a alta de 1,19% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) -o índice adotado nas metas do governo- é
formada por "aumentos transitórios que não se pode projetar para
o futuro".
Malan destacou os automóveis
novos, com contribuição de aproximadamente 0,4% na composição do índice, como um aumento
que não deve se repetir a curto
prazo. O aumento de 12%, segundo o ministro, foi consequência
do fim do regime que dava isenções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os
carros.
Ele citou a carne (contribuição
de 0,2%) como um produto que
subiu pressionado por uma entressafra muito forte. O aumento
do álcool, segundo ele, foi consequência de mudanças na política
para o produto e "de algum abuso".
"O índice não sugere que isso
aqui seja o início de uma trajetória ascendente para o futuro",
afirmou Malan. As declarações
foram feitas em discurso de 50
minutos em almoço em sua homenagem promovido por 28 entidades empresariais do Rio.
Malan não deu entrevista, mas
em resposta a perguntas rápidasfeitas pelos jornalistas disse que
"o tempo dirá" qual o nível de inflação que vai permitir a retomada da queda dos juros e afirmou
que "a inflação no Brasil não voltará".
No discurso, Malan defendeu a
margem de oscilação de dois pontos percentuais adotada nas metas inflacionárias do governo, relacionando dois motivos para isso
O fato de o Brasil não ter um sistema de núcleo inflacionário (inflação expurgada de fatores temporários ou voláteis); e a necessidade de proteger as metas contra
os efeitos de acontecimentos externos sobre a economia do país.
Manchete
Sem citar a Folha, Malan afirma
que "um jornal menciona hoje
(ontem), em grande manchete
em oito (sic) colunas a idéia de
que a "Fazenda vai controlar tarifas públicas". Queria aproveitar a
oportunidade para dizer que não
é correta a manchete".
Na realidade, o ministro está
equivocado, pois Folha não afirma isso, a manchete diz: "Fazenda quer limitar alta der tarifas", o
que o próprio secretário de
Acompanhamento Econômico,
Cláudio Considera confirma (leia
reportagem ao lado).
O próprio ministro confirma a
informação da Folha ao afirmar
que "o que estamos discutindo é
simplesmente a questão da aplicação dos contratos que existem
hoje e que presidem os processos
de correção desses preços".
Pouco depois o ministro diz que
"não vamos utilizar a capacidade
de eventual interferência do governo em sistemas de tarifas públicas como mecanismo de controlar a inflação". "Os contratos
serão respeitados, mas não mais
que isso", disse o ministro.
O ministro Malan traçou um
panorama favorável para a economia nos próximos anos, caso o
país não cometa erros, realçando
que "no Brasil isso é sempre possível".
Disse que a economia vai crescer cerca de 4% no próximo ano e
em uma média superior a 4% em
2001 e 2002. Para este ano, previu
que será "ligeiramente positivo".
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