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OceanAir priorizará bilhete de vôo fretado
Empresa assegura embarque de passageiros da BRA que compraram pacotes; os demais aguardarão disponibilidade em vôos
German Efromovich, da OceanAir, negocia com empresas de leasing a incorporação de até oito
aviões operados pela BRA
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A OceanAir fechou acordo
com a BRA para garantir o embarque dos passageiros portadores dos 27 mil bilhetes da
companhia aérea que tenham
pacote de fretamento fechado
com a operadora PNX Travel. O
restante (ou seja, 43 mil passagens da BRA vendidas para
vôos regulares) está sujeito à
disponibilidade de assentos
nos aviões da empresa.
O presidente da OceanAir,
German Efromovich, deixou
claro ontem que a companhia
pretende assumir o espaço deixado pela BRA, que pediu suspensão de vôos na semana passada, e que negocia com empresas de leasing a incorporação de
até oito aviões que eram operados pela empresa. A OceanAir
deve contratar entre 400 e 500
funcionários para dar conta da
expansão de sua malha.
Na semana passada, a empresa pediu à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorização para operar vôos para oito cidades que eram destinos da
BRA: Manaus, Belém, Natal,
Juazeiro, Alta Floresta, Palmas, Araguaína e Goiânia.
Na última sexta, o ministro
da Defesa, Nelson Jobim, havia
afirmado que a OceanAir assumiria os vôos da BRA por 90
dias. O acordo garantindo o
embarque, entretanto, limita-se por enquanto aos vôos charter. No último fim de semana, a
OceanAir já transportou clientes da BRA em caráter emergencial (foram 6.182 passageiros transportados de 121 trechos de vôos fretados pela PNX,
que pertence ao controlador da
BRA, Humberto Folegatti).
A Anac informou que a OceanAir vai assumir todos os vôos
da BRA, fretados e regulares,
mas não soube dizer a partir de
quando. Disse também que a
OceanAir ficará com quatro
aviões da BRA e com a tripulação de vôo. Já a equipe de terra
será da OceanAir.
Ontem, Efromovich não garantiu o atendimento de todos
os passageiros de vôos regulares da BRA. O executivo afirmou que eles seriam atendidos
conforme a disponibilidade de
assentos nos vôos da OceanAir
e que não haverá vôos extras.
Com uma baixa taxa de ocupação (65% dos assentos, em
média), a OceanAir tem condições de absorver com folga a
demanda de passageiros da
BRA. Mas a avaliação na empresa é que em datas como o
Natal e o Ano Novo parte dos
passageiros de vôos regulares
pode não conseguir embarcar.
A companhia aérea criou um
serviço de atendimento ao passageiro que tem bilhete emitido
pela BRA pelo telefone 0/xx/
11/2144-5319. Através desse
número, o passageiro não poderá fazer reservas, mas deverá
obter informações sobre a disponibilidade de assentos na data marcada para seu vôo.
De acordo com Efromovich,
a diferença do atendimento da
OceanAir e das outras empresas que se comprometeram
com a Anac a embarcar passageiros da BRA (como TAM, Gol
e Varig) é que as outras companhias atendem apenas aqueles
que estão voltando às suas cidades de origem. "Nosso acordo
permite que os passageiros da
BRA que forem iniciar viagens
o façam pela OceanAir."
O empresário disse que a
idéia é organizar o embarque
(há bilhetes da BRA emitidos
até março de 2008, são 70 mil
no total) para que todos os passageiros sejam acomodados.
Segundo a Folha apurou, na
Anac a avaliação é que as outras companhias devem reduzir os endossos devido ao acordo entre BRA e OceanAir.
Efromovich afirmou que a
companhia quer operar todos
os destinos domésticos da BRA
e que também tem interesse
nos seus vôos internacionais.
O executivo não comentou o
contrato da BRA com a Embraer para a aquisição de 20 jatos 195, mas informou que o
grupo Synergy, que controla a
OceanAir e a Avianca, está trocando seus aviões de cem lugares. "É um bom produto", afirmou, referindo-se ao avião da
fabricante brasileira.
A OceanAir, de acordo com
dados de outubro deste ano,
possui 2,9% de participação de
mercado -a BRA, 2,4%. A meta
da OceanAir, disse Efromovich, é chegar a 2010 com 15%
dos vôos domésticos.
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