São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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OceanAir priorizará bilhete de vôo fretado

Empresa assegura embarque de passageiros da BRA que compraram pacotes; os demais aguardarão disponibilidade em vôos

German Efromovich, da OceanAir, negocia com empresas de leasing a incorporação de até oito aviões operados pela BRA

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A OceanAir fechou acordo com a BRA para garantir o embarque dos passageiros portadores dos 27 mil bilhetes da companhia aérea que tenham pacote de fretamento fechado com a operadora PNX Travel. O restante (ou seja, 43 mil passagens da BRA vendidas para vôos regulares) está sujeito à disponibilidade de assentos nos aviões da empresa.
O presidente da OceanAir, German Efromovich, deixou claro ontem que a companhia pretende assumir o espaço deixado pela BRA, que pediu suspensão de vôos na semana passada, e que negocia com empresas de leasing a incorporação de até oito aviões que eram operados pela empresa. A OceanAir deve contratar entre 400 e 500 funcionários para dar conta da expansão de sua malha.
Na semana passada, a empresa pediu à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorização para operar vôos para oito cidades que eram destinos da BRA: Manaus, Belém, Natal, Juazeiro, Alta Floresta, Palmas, Araguaína e Goiânia.
Na última sexta, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, havia afirmado que a OceanAir assumiria os vôos da BRA por 90 dias. O acordo garantindo o embarque, entretanto, limita-se por enquanto aos vôos charter. No último fim de semana, a OceanAir já transportou clientes da BRA em caráter emergencial (foram 6.182 passageiros transportados de 121 trechos de vôos fretados pela PNX, que pertence ao controlador da BRA, Humberto Folegatti).
A Anac informou que a OceanAir vai assumir todos os vôos da BRA, fretados e regulares, mas não soube dizer a partir de quando. Disse também que a OceanAir ficará com quatro aviões da BRA e com a tripulação de vôo. Já a equipe de terra será da OceanAir.
Ontem, Efromovich não garantiu o atendimento de todos os passageiros de vôos regulares da BRA. O executivo afirmou que eles seriam atendidos conforme a disponibilidade de assentos nos vôos da OceanAir e que não haverá vôos extras.
Com uma baixa taxa de ocupação (65% dos assentos, em média), a OceanAir tem condições de absorver com folga a demanda de passageiros da BRA. Mas a avaliação na empresa é que em datas como o Natal e o Ano Novo parte dos passageiros de vôos regulares pode não conseguir embarcar.
A companhia aérea criou um serviço de atendimento ao passageiro que tem bilhete emitido pela BRA pelo telefone 0/xx/ 11/2144-5319. Através desse número, o passageiro não poderá fazer reservas, mas deverá obter informações sobre a disponibilidade de assentos na data marcada para seu vôo.
De acordo com Efromovich, a diferença do atendimento da OceanAir e das outras empresas que se comprometeram com a Anac a embarcar passageiros da BRA (como TAM, Gol e Varig) é que as outras companhias atendem apenas aqueles que estão voltando às suas cidades de origem. "Nosso acordo permite que os passageiros da BRA que forem iniciar viagens o façam pela OceanAir."
O empresário disse que a idéia é organizar o embarque (há bilhetes da BRA emitidos até março de 2008, são 70 mil no total) para que todos os passageiros sejam acomodados.
Segundo a Folha apurou, na Anac a avaliação é que as outras companhias devem reduzir os endossos devido ao acordo entre BRA e OceanAir.
Efromovich afirmou que a companhia quer operar todos os destinos domésticos da BRA e que também tem interesse nos seus vôos internacionais.
O executivo não comentou o contrato da BRA com a Embraer para a aquisição de 20 jatos 195, mas informou que o grupo Synergy, que controla a OceanAir e a Avianca, está trocando seus aviões de cem lugares. "É um bom produto", afirmou, referindo-se ao avião da fabricante brasileira.
A OceanAir, de acordo com dados de outubro deste ano, possui 2,9% de participação de mercado -a BRA, 2,4%. A meta da OceanAir, disse Efromovich, é chegar a 2010 com 15% dos vôos domésticos.


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