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Desembolsos do BNDES aumentam 40% no ano
Avanço chega a 75,5% para projetos em infra-estrutura
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Os desembolsos do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
somaram R$ 49,8 bilhões de janeiro a outubro. O resultado representa um crescimento de
40% em relação a igual período
de 2006. Segundo o banco, não
houve aumento apenas no volume financiado mas também
no número de tomadores de
empréstimos. O total de operações cresceu 86,3% e chegou a
165,2 mil de janeiro a outubro.
Nos últimos 12 meses, o banco liberou R$ 66,6 bilhões em
empréstimos. Entre os setores
financiados, o crescimento
mais expressivo foi para infra-estrutura. Em dez meses, houve alta de 75,5% e o valor chegou a R$ 20,6 bilhões. O banco
destaca os novos investimentos
em telecomunicações, energia
elétrica, transportes e construção civil como os principais responsáveis pela expansão.
Entre os principais empréstimos, destacam-se o financiamento de R$ 1,5 bilhão para a
Vivo, o de R$ 1,6 bilhão para a
hidrelétrica Foz do Chapecó,
controlada pela CPFL, e mais
de R$ 2 bilhões em empréstimos a estaleiros que estão
construindo navios da Transpetro. Isto não significa que esses projetos já tenham tido os
recursos. Normalmente, em
projetos de grande monta, o
banco os libera em parcelas.
Segundo Fernando Puga, assessor da presidência do banco,
o avanço também está relacionado ao PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
"Telecomunicações têm um ciclo de investimento de três em
três anos. Há uma parte muito
forte relacionada a transportes,
com renovação de frotas de
ônibus e caminhões. Energia
elétrica também está com
maior demanda." No ano, empréstimos para infra-estrutura
somam 36,4 mil operações.
Os empréstimos para a indústria cresceram 14% e somaram R$ 21 bilhões. Segundo Puga, desde 2006 a indústria está
em momento de expansão, e a
base mais alta de comparação
justifica o crescimento menor.
A liberação para agropecuária
cresceu 52,8% e ficou em R$ 4
bilhões. Para o setor de comércio e serviços, ficaram em R$
4,2 bilhões, com alta de 93,8%.
As aprovações somaram R$
68,5 bilhões (alta de 27,1%). Segundo o BNDES, o descompasso entre aprovações e desembolsos é sinal de que a demanda
está aquecida e que a liberação
de recursos tende a crescer.
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