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Petrobras pára pesquisa e acelera exploração do pré-sal
Estatal encerra etapa de perfurações e prioriza as atividades que gerem caixa
Empresa trabalha agora "para alocar duas novas plataformas" que começam a operar entre 2012 e 2013, afirma diretor financeiro
Fabrice Coffrini - 23.jan.08/France Presse
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O diretor da Petrobrás Almir Barbassa; para ele, pré-sal segue viável
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Diante das dificuldades com
a crise global, a Petrobras encerrou a fase de perfurações de
poços no pólo do pré-sal na bacia de Santos e parte agora para
desenvolver a produção de óleo
nas mais promissoras descobertas da empresa. Para tal, arrendará duas plataformas com
capacidade de 100 mil barris/
dia cada.
"No pólo do pré-sal de Santos, já foram perfurados nove
poços. Todos com sucesso.
Com isso, damos por encerrada
essa primeira fase exploratória", disse Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras ontem em reunião com analistas.
Ele afirmou que começa agora o trabalho "para alocar duas
novas plataformas" nos campos descobertos na região. As
unidades, diz, não "têm ainda
um destino certo", mas iniciarão operação entre 2012 e 2013.
Outra plataforma foi contratada para começar a produzir
antecipadamente 100 mil barris/dia em 2012 nos campos de
Tupi e Iara -os dois únicos
com reservas dimensionadas,
que variam de 7 bilhões a 12 bilhões de barris. As reservas
atuais do país são de 14 bilhões.
Barbassa não citou diretamente o pré-sal nem disse que a
crise antecipou o fim da fase exploratória, mas afirmou que o
esforço da companhia neste
momento de crise é investir
nos projetos que possam gerar
caixa mais rapidamente.
Tal conceito se adequa ao
pré-sal, especialmente aos
campos já descobertos, onde
não há necessidade de arcar
com custos de novas perfurações. Cada poço custa, em média, US$ 70 milhões. Nos nove
poços já perfurados, a estatal
investiu US$ 1,5 bilhão.
Segundo a companhia, não é
possível quantificar o tamanho
do corte de custos com a interrupção das explorações, porque
não havia estimativa de investimento nos blocos nessa fase.
Em resposta à preocupação
demostrada por alguns analistas, Barbassa disse que a forte
queda do preço do petróleo não
inviabiliza as descobertas do
pré-sal. "Os projetos são rentáveis até mesmo com preços menores do que os vigentes atualmente no mercado."
Entre analistas, existe o receio de que as reservas deixem
de ser economicamente viáveis
com o petróleo abaixo dos US$
60 -o barril fechou ontem a
US$ 56,16.
Por conta da crise financeira,
a Petrobras pretende "revisitar" seus projetos, de forma a
priorizar aqueles que tenham
maior rentabilidade.
"Temos excesso de projetos.
A orientação é dar prioridade
àqueles que tragam mais geração de caixa." Barbassa, porém,
não especificou quais poderiam
ser alvo de cortes. As ações da
empresa caíram 13,75% ontem,
um dia depois de anúncio do lucro recorde de R$ 10,9 bilhões
no terceiro trimestre.
A Petrobras deve investir
neste ano R$ 50 bilhões. Até
agora, já foram executados R$
34 bilhões. Segundo Barbassa, a
empresa já fez "captações importantes" mesmo depois do
recrudescimento da crise.
No ano que vem, Barbassa
diz ser possível captar algo entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões. Os investimentos para o
ano que vem devem se manter
no mesmo patamar deste ano.
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