São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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G20 incentivará países a adotar medidas de estímulo fiscal

DO ENVIADO A WASHINGTON

A principal medida conjunta esperada da reunião do G20 no sábado, em Washington, é um comprometimento dos países em adotar medidas de estímulo fiscal em suas economias.
A expectativa é que quase nada avance no campo de uma nova regulamentação conjunta para as atividades financeiras em cada país. Mas que sejam criados grupos permanentes de trabalho para começar a delinear o assunto.
Outra medida prática esperada é que os países membros do G20 (que inclui os sete mais ricos do mundo e vários outros emergentes, entre eles Brasil e China) anunciem um reforço no capital do FMI, para que ele possa atender a uma demanda crescente por ajuda em várias partes do mundo.
O governo japonês, por exemplo, já se dispôs a injetar US$ 200 bilhões no Fundo, e o movimento poderia ser acompanhado por China e por alguns países árabes.
Em entrevista ontem, Daniel Price, assessor do presidente George W. Bush para assuntos internacionais, e David McCormick, secretário-assistente do Tesouro dos EUA, afirmaram que a reforma da regulamentação do sistema financeiro não é o "objetivo da reunião".
Entre as prioridades, McCormick citou "estímulos fiscais" e o reforço do FMI. Ele explicou que a escolha do fórum no âmbito do G20 se deu porque os países-membros representam cerca de 90% do PIB mundial.
De todos os líderes que vêm considerando os estímulos fiscais, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, é que o tem feito a defesa mais ativa da medida, apesar de o Reino Unido ter hoje o maior déficit fiscal entre as economias avançadas.
No caso dos EUA, tudo dependerá da atuação do novo presidente eleito, Barack Obama, que tomará posse no dia 20 de janeiro. Obama já avisou que não participará do encontro do G20, organizado pelo presidente George W. Bush.
Obama, porém, apontou Madeleine Albright, ex-secretária de Estado no governo Bill Clinton, e o ex-deputado republicano Jim Leach como seus representantes na reunião do G20.
O presidente Lula pedirá, durante a reunião do G20, mais responsabilidade aos países cujas políticas transferem riscos e prejuízos a outras nações, como ocorreu com a crise financeira iniciada nos EUA.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, Lula apresentará uma série de "princípios" que o Brasil considera fundamentais para criar nova ordem econômica mundial.

Colaboraram a Redação e a Sucursal de Brasília



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