DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa pelo contrato de R$ 300 milhões é considerada pelos concorrentes a chave para o vencedor dominar um mercado estimado em US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. Segundo a Ebco, o Brasil é o segundo maior mercado do mundo para equipamentos de inspeção.
Além das cifras da maior licitação mundial de scanners, há o aspecto estratégico de valor ainda mais expressivo. Os 37 scanners darão à aduana brasileira a capacidade de prevenir e de combater o contrabando, o descaminho e as ações do crime organizado no país, como o tráfico de drogas e de armas.
Segundo Antônio Márcio de Aguiar, coordenador-geral de Programação e Logística da Receita Federal, em 2008 o país alcançará a cifra de R$ 1,5 bilhão em apreensões.
"Achamos que esses equipamentos irão triplicar esse valor. Essa é uma licitação que, pelo benefício, será paga em menos de um ano", afirmou.
Nas aduanas brasileiras, apenas 5% dos contêineres movimentados (algo como 30 mil unidades) passam por uma vistoria precária.

Decisão adiada
Uma liminar concedida à MRA, uma pequena empresa de Ribeirão Preto (SP), impede a seqüência da concorrência.
A previsão inicial era a de que ontem o colegiado do Tribunal Regional Federal em Brasília julgasse o mérito do agravo, mas a decisão foi adiada.
A MRA tem capital de R$ 20 mil (para uma licitação que exige capital de R$ 25 milhões) e é acusada pelos concorrentes de estar a serviço de outros interesses.
Márcio Daniel, sócio da MRA, disse à Folha que a acusação é infundada, e que a decisão de interpor um recurso judicial decorre apenas da impossibilidade de participação na licitação devido ao exíguo tempo para obtenção de uma habilitação técnica na CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), exigência do edital.
Embora demonstre interesse no negócio, a MRA alega sigilo para não revelar quem é o grupo fornecedor dos 37 equipamentos se vencer a licitação da Receita. (AB)


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