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SALTO NO ESCURO
Agentes envolvidos pedem modificações no novo modelo
Distribuidoras e geradoras querem ajuste nas regras
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de em linhas gerais
aprovarem o modelo do setor elétrico anunciado anteontem pelo
governo, os principais agentes envolvidos -geradores, distribuidores e as grandes indústrias consumidoras de energia- devem
batalhar nos próximos dias por
ajustes nas novas regras.
A maior preocupação fica por
conta das distribuidoras de energia, principalmente no que tange
à determinação do governo de
que não tenham, sob o mesmo registro jurídico, outras finalidades
além da distribuição.
Pelo modelo atual, uma distribuidora pode atuar também em
outros segmentos, como geração
de energia, por exemplo.
As regras anunciadas ontem determinaram que as empresas só
poderão manter essas outras atividades se registrarem novo Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
"Há empresas que não têm outras atividades, mas há outras que
são mais verticalizadas e para as
quais os custos serão altos. Em alguns casos é quase inviável", afirmou o presidente da Abradee
(Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica),
Luiz Carlos Silveira Guimarães.
De acordo com ele, outro "detalhe a ser discutido" com o Ministério de Minas e Energia é a penalização estabelecida caso a distribuidora não esteja 100% contratada, ou seja, caso a empresa não tenha comprado com antecedência
toda a energia de que precisa.
Pelo novo modelo, caso a distribuidora tenha falta de energia e
tenha que comprá-la por um preço maior, não poderá repassar a
alta nas tarifas. "Se vamos ter risco, queremos que seja o menor
possível. Mas esse não é um ponto
de muita preocupação porque temos direito a uma margem de erro [na quantidade de energia contratada] de 3% para mais ou para
menor", disse Guimarães.
"Faltam ajustes [no novo modelo] e há espaço para que esses
ajustes sejam feitos", afirmou
Paulo Ludmer, presidente da
Abrace (Associação Brasileira de
Grandes Consumidores Industriais de Energia).
No caso da entidade, o pleito é
pela redução do prazo que uma
indústria tem, pelo novo modelo,
para comunicar às distribuidoras
de energia em suas áreas de concessão que devem se tornar consumidores livres de energia (caso
de empresas com consumo de
três megawatts ou mais).
"O novo modelo estabelece um,
dois ou três anos, dependendo do
caso. Queremos redução para, no
máximo, um ano", disse Ludmer.
As geradoras de energia, principais beneficiadas pelas novas regras -cerca de 80% são estatais- também aprovaram o projeto, mas querem "participar do
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico", diz o presidente da
Abrage (Associação Brasileira das
Grandes Empresas Geradoras de
Energia Elétrica), Flávio Neiva.
(MAELI PRADO)
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