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SHOW SINDICAL
Sindicalistas criticam a decisão de usar estratégias da Força
Megafesta do 1º de Maio "racha" diretoria da CUT
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A preparação de uma festa no 1º
de Maio da CUT, com a contratação do mesmo marqueteiro profissional que idealizou as tradicionais megafestas promovidas pela
Força Sindical, dividiu a diretoria
executiva da central.
Até mesmo entre integrantes da
corrente Articulação Sindical,
majoritária e que detém os cargos
de mais destaque na central, houve críticas. Representantes de outras correntes já defendem a realização de eventos paralelos.
No domingo, reportagem da
Folha mostrou que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) havia adotado estratégias similares à
de sua rival (Força) na organização do evento. Essas ações foram
criticadas no passado pela CUT.
Além de contratar o marqueteiro André Guimarães, que trabalhou para a Força na organização
das últimas seis festas do Dia do
Trabalho, a CUT vai patrocinar o
evento com a venda de cotas a
empresas, como a central rival.
"Não precisamos contratar ninguém que tem sua imagem vinculada à Força. Há várias empresas
de militantes que podem prestar
esse serviço", diz João Vaccari Neto, secretário de relações internacionais da CUT. "Se foi uma decisão da cúpula, eu faço parte da cúpula e não fui consultado."
O secretário de comunicação da
CUT, Antonio Carlos Spis, afirma
que o assunto foi discutido em
uma reunião estadual da Articulação, nesta semana, com 176 dirigentes ligados a 50 sindicatos. "A
estratégia de anos anteriores, de
fazer atos descentralizados, tem
de continuar. Muitos trabalhadores não têm dinheiro para tomar
ônibus e metrô e vir a um evento
na [avenida] Paulista."
Carlos Alberto Grana, coordenador da corrente Articulação
Sindical e representante da CUT
no conselho do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador), informa que o 1º de Maio será coordenado pela CUT-São Paulo. "A
proposta [de fazer uma festa na
avenida Paulista, com venda de
cotas de patrocínio] poderá ter
ajustes." A Folha apurou que, para amenizar as críticas, outras empresas serão contratadas para
atuar com o marqueteiro.
José Maria de Almeida, diretor
da CUT e presidente do PSTU, diz
que fará outro 1º de Maio para
"marcar esse dia de protesto". "A
CUT deve discutir quais serão
suas bandeiras e não quem vai
cantar no show", diz Jorge Martins, da corrente Alternativa Sindical Socialista.
O presidente da CUT, Luiz Marinho, não foi localizado para comentar o assunto.
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