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São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2003

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SHOW SINDICAL

Sindicalistas criticam a decisão de usar estratégias da Força

Megafesta do 1º de Maio "racha" diretoria da CUT

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A preparação de uma festa no 1º de Maio da CUT, com a contratação do mesmo marqueteiro profissional que idealizou as tradicionais megafestas promovidas pela Força Sindical, dividiu a diretoria executiva da central.
Até mesmo entre integrantes da corrente Articulação Sindical, majoritária e que detém os cargos de mais destaque na central, houve críticas. Representantes de outras correntes já defendem a realização de eventos paralelos.
No domingo, reportagem da Folha mostrou que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) havia adotado estratégias similares à de sua rival (Força) na organização do evento. Essas ações foram criticadas no passado pela CUT.
Além de contratar o marqueteiro André Guimarães, que trabalhou para a Força na organização das últimas seis festas do Dia do Trabalho, a CUT vai patrocinar o evento com a venda de cotas a empresas, como a central rival.
"Não precisamos contratar ninguém que tem sua imagem vinculada à Força. Há várias empresas de militantes que podem prestar esse serviço", diz João Vaccari Neto, secretário de relações internacionais da CUT. "Se foi uma decisão da cúpula, eu faço parte da cúpula e não fui consultado."
O secretário de comunicação da CUT, Antonio Carlos Spis, afirma que o assunto foi discutido em uma reunião estadual da Articulação, nesta semana, com 176 dirigentes ligados a 50 sindicatos. "A estratégia de anos anteriores, de fazer atos descentralizados, tem de continuar. Muitos trabalhadores não têm dinheiro para tomar ônibus e metrô e vir a um evento na [avenida] Paulista."
Carlos Alberto Grana, coordenador da corrente Articulação Sindical e representante da CUT no conselho do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), informa que o 1º de Maio será coordenado pela CUT-São Paulo. "A proposta [de fazer uma festa na avenida Paulista, com venda de cotas de patrocínio] poderá ter ajustes." A Folha apurou que, para amenizar as críticas, outras empresas serão contratadas para atuar com o marqueteiro.
José Maria de Almeida, diretor da CUT e presidente do PSTU, diz que fará outro 1º de Maio para "marcar esse dia de protesto". "A CUT deve discutir quais serão suas bandeiras e não quem vai cantar no show", diz Jorge Martins, da corrente Alternativa Sindical Socialista.
O presidente da CUT, Luiz Marinho, não foi localizado para comentar o assunto.


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