São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Emprego na indústria em SP é o pior desde 2000

Para 2006, Fiesp prevê uma expansão entre 0,5% e 1%

KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) refez para baixo a previsão de crescimento do emprego na indústria paulista para este ano. Com a revisão, 2006 deve ser o pior ano para o emprego desde 2000, quando a nova metodologia da federação passou a ser aplicada.
Para Paulo Francini, diretor de pesquisa da Fiesp, o emprego deve ter crescimento entre 0,5% e 1%, o que garante a criação entre 10 mil e 20 mil vagas ao longo do ano.
Até o mês passado, a Fiesp acreditava que o índice ficaria em 1%. No início do ano, a expectativa era de alta de 2%.
"O ano de 2006 terá o pior comportamento da indústria da transformação desde 2000. Se ficar em 0,5% ou 1%, o resultado é ruim e muito aquém do demandado. Qualquer número abaixo de 1% para a indústria paulista é muito ruim", disse.
Apesar de a previsão estar entre 0,5% e 1%, a Fiesp acredita que o emprego não crescerá mais que 0,5% em 2006. Em 2005, a alta foi de 1,62%.
O principal motivo para a queda, segundo Francini, é o decréscimo do nível de atividade em razão do aumento das importações. Os juros altos, a valorização do real ante o dólar e a carga tributário também foram apontados como motivos para a previsão de crescimento, que Francini classificou como "porcaria".
O desempenho de novembro foi o principal fator que motivou a Fiesp a rever suas contas. A indústria paulista cortou 35 mil postos no mês passado, uma queda de 1,64% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já em novembro do ano passado, o emprego industrial teve queda de 0,87%.
"A queda de novembro era esperada, mas foi maior do que nossa previsão. Se, em dezembro, a queda for de 1,8%, o índice do ano ficará em 0,5%", disse Francini. O número de novembro, afirma, é elevado se comparado a outros meses de novembro e pode representar antecipação de corte de vagas de dezembro. "Pode ser também que a indústria, frustrada com a expectativa negativa para o final de ano, tenha desacelerado a produção", disse.
Para crescer 1% no ano e gerar 20 mil empregos, a indústria teria de registrar queda de, no máximo 1% em dezembro. Mas a Fiesp acredita em recuo mais acentuado.


Texto Anterior: Foco: Canadenses abrem vaga para soldador no RS com salário de até R$ 22 mil
Próximo Texto: Natal magro: Fecomercio espera alta de 1% nas vendas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.