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Emprego na indústria em SP é o pior desde 2000
Para 2006, Fiesp prevê uma expansão entre 0,5% e 1%
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) refez para baixo a previsão
de crescimento do emprego na
indústria paulista para este
ano. Com a revisão, 2006 deve
ser o pior ano para o emprego
desde 2000, quando a nova metodologia da federação passou a
ser aplicada.
Para Paulo Francini, diretor
de pesquisa da Fiesp, o emprego deve ter crescimento entre
0,5% e 1%, o que garante a criação entre 10 mil e 20 mil vagas
ao longo do ano.
Até o mês passado, a Fiesp
acreditava que o índice ficaria
em 1%. No início do ano, a expectativa era de alta de 2%.
"O ano de 2006 terá o pior
comportamento da indústria
da transformação desde 2000.
Se ficar em 0,5% ou 1%, o resultado é ruim e muito aquém do
demandado. Qualquer número
abaixo de 1% para a indústria
paulista é muito ruim", disse.
Apesar de a previsão estar
entre 0,5% e 1%, a Fiesp acredita que o emprego não crescerá
mais que 0,5% em 2006. Em
2005, a alta foi de 1,62%.
O principal motivo para a
queda, segundo Francini, é o
decréscimo do nível de atividade em razão do aumento das
importações. Os juros altos, a
valorização do real ante o dólar
e a carga tributário também foram apontados como motivos
para a previsão de crescimento,
que Francini classificou como
"porcaria".
O desempenho de novembro
foi o principal fator que motivou a Fiesp a rever suas contas.
A indústria paulista cortou 35
mil postos no mês passado,
uma queda de 1,64% na comparação com o mesmo período do
ano passado. Já em novembro
do ano passado, o emprego industrial teve queda de 0,87%.
"A queda de novembro era
esperada, mas foi maior do que
nossa previsão. Se, em dezembro, a queda for de 1,8%, o índice do ano ficará em 0,5%", disse
Francini. O número de novembro, afirma, é elevado se comparado a outros meses de novembro e pode representar antecipação de corte de vagas de
dezembro. "Pode ser também
que a indústria, frustrada com a
expectativa negativa para o final de ano, tenha desacelerado
a produção", disse.
Para crescer 1% no ano e gerar 20 mil empregos, a indústria teria de registrar queda de,
no máximo 1% em dezembro.
Mas a Fiesp acredita em recuo
mais acentuado.
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