São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Modelos para inclusão digital no país também chegarão ao consumidor final

DA REDAÇÃO

Os três modelos que serão avaliados pelo governo brasileiro para o projeto de computadores nas escolas prevêem a venda comercial, e não apenas para fins governamentais.
Nicholas Negroponte, presidente da organização sem fins lucrativos OLPC, disse à Folha -e em feira em Las Vegas na última semana- que o "laptop de US$ 100" poderá ser explorado comercialmente de forma a financiar o seu envio a crianças de países pobres.
Em vez do preço próximo a US$ 150 (cerca de R$ 320) estimado para o equipamento, seria cobrado o dobro, justamente para pagar uma unidade extra. "Mas não teremos versão comercial até 2008", afirmou.
A princípio, os notebooks da OLPC serão produzidos pela taiwanesa Qanta, maior fabricante de PCs do mundo e empresa escolhida para o desenvolvimento do projeto.
A produção em massa deve começar provavelmente em agosto, e o número de laptops entregues pode chegar a 10 milhões em um período de 12 meses, disse o pesquisador.
O laptop de baixo custo com a plataforma desenvolvida pela Intel, denominada "classmate PC", deve chegar ao mercado no primeiro trimestre. No Brasil, a empresa acertou com a Positivo e a CCE como fabricantes do computador, cujo público-alvo são escolas, mas não só da rede pública.
Estima-se que, nos EUA, o aparelho custe cerca de US$ 400 (R$ 850). Ainda não há previsão para o mercado interno, embora a tendência seja de encarecimento devido a fatores como custos locais e importação de componentes.
A outra empresa que pretende fornecer ao governo, a indiana Encore, desenvolveu três modelos de PC de baixo custo.
Ela deve formalizar uma parceria neste início de ano com uma das principais empresas nacionais em transmissores para TV e rádio, a Telavo, para fabricar os modelos no país.
O que mais se encaixa nos propósitos do governo é o Mobilis, lançado em 2004.
O modelo, que opera com a plataforma Linux -bem como o da OLPC e o da Intel-, foi apresentado informalmente ao alto escalão do governo Lula durante o primeiro encontro de cúpula do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), em setembro passado, em Brasília.
A escolha da empresa representaria um impulso à cooperação Sul-Sul, uma das prioridades na política externa do segundo mandato de Lula.
Com incentivos do governo federal, o Mobilis custaria de R$ 350 a R$ 400, diz o americano Peter Knight, ex-economista-chefe do Banco Mundial no Brasil nos anos 80 e presidente da Telemática e Desenvolvimento, empresa que representa a Encore no país. (MSK)


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