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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Fabricantes de móveis também preveem desaceleração no 1ºtri
A indústria moveleira já espera uma queda no número de
pedidos no primeiro trimestre
deste ano. Para o presidente da
Abimóvel, José Luiz Diaz Fernandez, o resultado da indústria dependerá do desempenho
do varejo na venda de móveis
neste começo de ano.
Segundo Fernandez, a ampliação no número de itens das
tradicionais liquidações de janeiro das grandes redes de varejo neste ano mostra que o Natal de 2008 não foi bom e que os
estoques estão altos. "Se eles
não venderem, não farão a reposição dos produtos no início
deste ano e a produção industrial deve cair."
Para enfrentar a possível
queda na demanda, as indústrias ampliaram as férias coletivas, adiaram investimentos e
terão que enxugar ainda mais
os custos, afirma Fernandez.
Segundo ele, demissões não estão descartadas, mas serão o último recurso das empresas para sobreviver à crise.
Segundo Fernandez, os moveleiros também sofrem com a
alta nos preços de tinta e verniz, que subiram em média
30% em 2008 com a valorização do dólar. As indústrias de
tintas se recusam a reduzir os
preços, diz Fernandez, já que
elas compram derivados de petróleo da Petrobras, que não fez
reajustes com a queda da cotação do barril de petróleo.
O ano de 2008 foi considerado ruim para o setor. A Abimóvel reduziu sua expectativa de
crescimento quando a crise
econômica se agravou, no segundo semestre do ano passado, de 10% para 7%.
A projeção de expansão das
exportações também caiu de
5% para entre 2,5% e 3%. O
quadro recessivo da economia
dos EUA fez com que os números fossem revisados, já que o
país responde por 50% das exportações do setor. O resultado
final ainda não foi consolidado.
Em 2009, a aposta do setor é,
principalmente, no mercado
externo. O presidente da Abimóvel afirma que as empresas
brasileiras poderão oferecer
descontos aos compradores em
razão da valorização do dólar.
Mesmo com a crise, Fernandez
está otimista e espera um crescimento de 7% neste ano.
A PASSEIO
Maria Antônia Nunes, gerente-geral do L'Hotel, quer
atrair mais hóspedes brasileiros e aumentar a participação
do turismo de lazer no faturamento do hotel neste ano. Hoje, 60% dos hóspedes do L'Hotel vêm a São Paulo a negócios
e entre 55% e 60% deles são estrangeiros. "Achamos que as
viagens corporativas de empresas multinacionais devem diminuir neste ano por causa da crise", afirma Nunes. Segundo ela, muitas companhias estrangeiras clientes do hotel renegociaram preços no ano passado em razão da crise. Mesmo assim, o faturamento do hotel cresceu 22% em 2008, o
melhor resultado dos últimos seis anos. Para 2009, a meta é
manter os números do ano passado.
ESCALADA
O preço do GNV mantém a
trajetória de alta nos postos
de combustível. Em dezembro, o metro cúbico do gás fechou ao preço médio de
R$ 1,817 no país, 1,86% mais
que em novembro. Em SP, a
alta chegou a 3,78% e a média
de preços foi de R$ 1,513. As
médias dos valores cobrados
por litro de gasolina, diesel e
biodiesel no país variaram
pouco e fecharam a R$ 2,694,
R$ 2,204 e R$ 2,206, respectivamente.
CATARATAS
Foz do Iguaçu recebeu
616.990 turistas estrangeiros
em 2008, alta de 2,7% ante
2007, informa a Embratur.
Cerca de 80% deles eram sul-americanos e europeus. As visitas de japoneses foram as
que mais cresceram no ano
-37,7%. Foz é o segundo destino turístico dos estrangeiros
no Brasil, atrás apenas do Rio.
EMERGENTES
O setor de cuidados com a
saúde da Philips desenvolveu um raio X digital especialmente para mercados
emergentes. O projeto começou em 2007, quando a
Philips adquiriu a brasileira
VMI, de Minas Gerais, de
onde os equipamentos serão
exportados a países da América Latina e possivelmente
a outras regiões com características similares, como
Índia e China. O Compacto
DR 2D tem índice de nacionalização de 70%. Produzido sob encomenda, o novo
raio X já tem pedidos de clínicas e hospitais do país. Segundo a empresa, um similar importado pode custar
até 40% mais que o novo
raio X da Philips, que sai por
cerca de US$ 150 mil.
NA LINHA
De acordo com uma pesquisa do Iost (Instituto
Acerte para o Observatório
Social de Telecomunicações) sobre a operacionalidade dos telefones públicos,
45% dos usuários de serviços telefônicos consultados,
um total de 1.817 nas praças
do Rio, São Paulo e Brasília,
não sabem o que é a Anatel.
A função fiscalizadora da
agência na defesa dos direitos dos usuários é desconhecida por 73%, embora 60%
achem que esse papel é muito importante. No quesito
desempenho, a avaliação
também é negativa: 34%
consideram que a Anatel fiscaliza mal.
CADEIRAS
Os economistas Antonio
Luiz de Queiroz Silva e Manuel Enriquez Garcia foram
eleitos presidente e vice-
-presidente do Conselho Regional de Economia de São
Paulo para 2009.
NO TOPO
A onda de desemprego
nos Estados Unidos não
poupou nem os cargos mais
altos, que também têm registrado baixas na crise. Segundo o "Wall Street Journal", William Watkins, substituído no início desta semana na Seagate Technology
LLC, foi o sexto presidente
de empresa que perdeu o
cargo nos últimos oito dias
em companhias de capital
aberto no país. A lista inclui
a saída, na semana passada,
dos presidentes das empresas Tyson Foods, Borders
Group, Orbitz Worldwide,
Chico's FAS e Bebe Stores.
Uma pesquisa feita informalmente pelo jornal com
acionistas, recrutadores,
consultores e outros lista
mais alguns nomes que podem estar na mira, como
Rick Wagoner, da General
Motors, Vikram Pandit, do
Citigroup, Kenneth Lewis,
do Bank of America, e outros. As companhias negam.
APETITE
Dois anos após trazer o "kobe beef" ao Brasil, o Varanda coloca agora em seu cardápio cortes da carne do
gado de origem japonesa Wagyu, com um teor de gordura entremeada 11 em uma escala internacional de 1 a
12. "Um teor de gordura como esse é difícil de encontrar até no Japão", afirma Sylvio Lazzarini, sócio do
Varanda. Além do corte com graduação 11, chamado de
Super Premium, o Varanda tem o "kobe beef" em outros níveis.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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