São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Fabricantes de móveis também preveem desaceleração no 1ºtri

A indústria moveleira já espera uma queda no número de pedidos no primeiro trimestre deste ano. Para o presidente da Abimóvel, José Luiz Diaz Fernandez, o resultado da indústria dependerá do desempenho do varejo na venda de móveis neste começo de ano.
Segundo Fernandez, a ampliação no número de itens das tradicionais liquidações de janeiro das grandes redes de varejo neste ano mostra que o Natal de 2008 não foi bom e que os estoques estão altos. "Se eles não venderem, não farão a reposição dos produtos no início deste ano e a produção industrial deve cair."
Para enfrentar a possível queda na demanda, as indústrias ampliaram as férias coletivas, adiaram investimentos e terão que enxugar ainda mais os custos, afirma Fernandez. Segundo ele, demissões não estão descartadas, mas serão o último recurso das empresas para sobreviver à crise.
Segundo Fernandez, os moveleiros também sofrem com a alta nos preços de tinta e verniz, que subiram em média 30% em 2008 com a valorização do dólar. As indústrias de tintas se recusam a reduzir os preços, diz Fernandez, já que elas compram derivados de petróleo da Petrobras, que não fez reajustes com a queda da cotação do barril de petróleo.
O ano de 2008 foi considerado ruim para o setor. A Abimóvel reduziu sua expectativa de crescimento quando a crise econômica se agravou, no segundo semestre do ano passado, de 10% para 7%.
A projeção de expansão das exportações também caiu de 5% para entre 2,5% e 3%. O quadro recessivo da economia dos EUA fez com que os números fossem revisados, já que o país responde por 50% das exportações do setor. O resultado final ainda não foi consolidado.
Em 2009, a aposta do setor é, principalmente, no mercado externo. O presidente da Abimóvel afirma que as empresas brasileiras poderão oferecer descontos aos compradores em razão da valorização do dólar. Mesmo com a crise, Fernandez está otimista e espera um crescimento de 7% neste ano.

A PASSEIO
Maria Antônia Nunes, gerente-geral do L'Hotel, quer atrair mais hóspedes brasileiros e aumentar a participação do turismo de lazer no faturamento do hotel neste ano. Hoje, 60% dos hóspedes do L'Hotel vêm a São Paulo a negócios e entre 55% e 60% deles são estrangeiros. "Achamos que as viagens corporativas de empresas multinacionais devem diminuir neste ano por causa da crise", afirma Nunes. Segundo ela, muitas companhias estrangeiras clientes do hotel renegociaram preços no ano passado em razão da crise. Mesmo assim, o faturamento do hotel cresceu 22% em 2008, o melhor resultado dos últimos seis anos. Para 2009, a meta é manter os números do ano passado.

ESCALADA
O preço do GNV mantém a trajetória de alta nos postos de combustível. Em dezembro, o metro cúbico do gás fechou ao preço médio de R$ 1,817 no país, 1,86% mais que em novembro. Em SP, a alta chegou a 3,78% e a média de preços foi de R$ 1,513. As médias dos valores cobrados por litro de gasolina, diesel e biodiesel no país variaram pouco e fecharam a R$ 2,694, R$ 2,204 e R$ 2,206, respectivamente.

CATARATAS
Foz do Iguaçu recebeu 616.990 turistas estrangeiros em 2008, alta de 2,7% ante 2007, informa a Embratur. Cerca de 80% deles eram sul-americanos e europeus. As visitas de japoneses foram as que mais cresceram no ano -37,7%. Foz é o segundo destino turístico dos estrangeiros no Brasil, atrás apenas do Rio.

EMERGENTES
O setor de cuidados com a saúde da Philips desenvolveu um raio X digital especialmente para mercados emergentes. O projeto começou em 2007, quando a Philips adquiriu a brasileira VMI, de Minas Gerais, de onde os equipamentos serão exportados a países da América Latina e possivelmente a outras regiões com características similares, como Índia e China. O Compacto DR 2D tem índice de nacionalização de 70%. Produzido sob encomenda, o novo raio X já tem pedidos de clínicas e hospitais do país. Segundo a empresa, um similar importado pode custar até 40% mais que o novo raio X da Philips, que sai por cerca de US$ 150 mil.

NA LINHA
De acordo com uma pesquisa do Iost (Instituto Acerte para o Observatório Social de Telecomunicações) sobre a operacionalidade dos telefones públicos, 45% dos usuários de serviços telefônicos consultados, um total de 1.817 nas praças do Rio, São Paulo e Brasília, não sabem o que é a Anatel. A função fiscalizadora da agência na defesa dos direitos dos usuários é desconhecida por 73%, embora 60% achem que esse papel é muito importante. No quesito desempenho, a avaliação também é negativa: 34% consideram que a Anatel fiscaliza mal.

CADEIRAS
Os economistas Antonio Luiz de Queiroz Silva e Manuel Enriquez Garcia foram eleitos presidente e vice- -presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo para 2009.

NO TOPO
A onda de desemprego nos Estados Unidos não poupou nem os cargos mais altos, que também têm registrado baixas na crise. Segundo o "Wall Street Journal", William Watkins, substituído no início desta semana na Seagate Technology LLC, foi o sexto presidente de empresa que perdeu o cargo nos últimos oito dias em companhias de capital aberto no país. A lista inclui a saída, na semana passada, dos presidentes das empresas Tyson Foods, Borders Group, Orbitz Worldwide, Chico's FAS e Bebe Stores. Uma pesquisa feita informalmente pelo jornal com acionistas, recrutadores, consultores e outros lista mais alguns nomes que podem estar na mira, como Rick Wagoner, da General Motors, Vikram Pandit, do Citigroup, Kenneth Lewis, do Bank of America, e outros. As companhias negam.

APETITE
Dois anos após trazer o "kobe beef" ao Brasil, o Varanda coloca agora em seu cardápio cortes da carne do gado de origem japonesa Wagyu, com um teor de gordura entremeada 11 em uma escala internacional de 1 a 12. "Um teor de gordura como esse é difícil de encontrar até no Japão", afirma Sylvio Lazzarini, sócio do Varanda. Além do corte com graduação 11, chamado de Super Premium, o Varanda tem o "kobe beef" em outros níveis.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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