São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Força critica GM por demitir após ajuda do governo

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Força Sindical criticou a GM, que, apesar dos benefícios fiscais recebidos em dezembro, demitiu 744 funcionários temporários em São José dos Campos (SP). A central também criticou o governo por adotar medidas de estímulo a diversos setores sem exigir garantia de manutenção dos empregos.
"O governo chamou só os empresários para negociar, fez um acordo só com eles e não pediu contrapartida para os trabalhadores", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força.
Em reunião entre empresários e sindicalistas para discutir alternativas às demissões, o líder da central e Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cobraram a redução da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Skaf pediu redução dos "spreads" bancários e afirmou que os bancos públicos têm de dar o exemplo de baixar taxas. "Spread" é a diferença entre o custo de captação dos recursos e o cobrado pelo banco ao emprestar.
"Sabemos que há uma crise internacional, mas também há uma crise brasileira. Os juros agravam a situação e, apesar da pressão da sociedade, temos sentido resistência para reduzi-los", disse o presidente da federação.
A Fiesp e a Força Sindical iniciaram uma rodada de negociações na semana passada para elaborar modelos de acordos que podem ser adotados pelas empresas como alternativa às demissões. Entre as flexibilizações previstas na legislação, estão a redução da jornada de trabalho com diminuição de salário, banco de horas e Bolsa-Qualificação (suspensão do trabalho por até cinco meses com treinamento do trabalhador durante o período).
O presidente da Fiesp afirmou que o Senai-SP ampliará a oferta de cursos profissionalizantes para ocupar parte da carga horária do funcionário em caso de redução de jornada. Segundo Skaf, a entidade pode abrir até 400 mil vagas nas fábricas ou em cursos a distância, sem custo para as empresas.


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