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Força critica GM por demitir após ajuda do governo
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Força Sindical criticou a
GM, que, apesar dos benefícios fiscais recebidos em dezembro, demitiu 744 funcionários temporários em São
José dos Campos (SP). A
central também criticou o
governo por adotar medidas
de estímulo a diversos setores sem exigir garantia de
manutenção dos empregos.
"O governo chamou só os
empresários para negociar,
fez um acordo só com eles e
não pediu contrapartida para os trabalhadores", disse
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força.
Em reunião entre empresários e sindicalistas para
discutir alternativas às demissões, o líder da central e
Paulo Skaf, presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cobraram a redução da
taxa básica de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária
do Banco Central).
Skaf pediu redução dos
"spreads" bancários e afirmou que os bancos públicos
têm de dar o exemplo de baixar taxas. "Spread" é a diferença entre o custo de captação dos recursos e o cobrado
pelo banco ao emprestar.
"Sabemos que há uma crise internacional, mas também há uma crise brasileira.
Os juros agravam a situação
e, apesar da pressão da sociedade, temos sentido resistência para reduzi-los", disse
o presidente da federação.
A Fiesp e a Força Sindical
iniciaram uma rodada de negociações na semana passada para elaborar modelos de
acordos que podem ser adotados pelas empresas como
alternativa às demissões. Entre as flexibilizações previstas na legislação, estão a redução da jornada de trabalho
com diminuição de salário,
banco de horas e Bolsa-Qualificação (suspensão do trabalho por até cinco meses
com treinamento do trabalhador durante o período).
O presidente da Fiesp afirmou que o Senai-SP ampliará a oferta de cursos profissionalizantes para ocupar
parte da carga horária do
funcionário em caso de redução de jornada. Segundo
Skaf, a entidade pode abrir
até 400 mil vagas nas fábricas ou em cursos a distância,
sem custo para as empresas.
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