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Números da indústria antecipam PIB menor
Queda de 4,5% no consumo de papel ondulado se soma a índices que apontam desaceleração no 4º tri
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A desaceleração da indústria
a partir de outubro deve provocar retração no PIB (Produto
Interno Bruto) do país no quarto trimestre de 2008. A LCA já
vê 1% de queda em relação ao
terceiro trimestre -anteriormente, a consultoria previa um
quadro de estabilidade.
Após cair 5,2% em novembro
ante outubro, a produção industrial mantém trajetória de
desaceleração. O SPI (Sinalizador da Produção Industrial), da
FGV, e a venda de papelão ondulado, dois indicadores que
antecipam a tendência da atividade da indústria, tiveram queda no mês passado.
O SPI indica declínio de
12,6% na produção física industrial em São Paulo ante dezembro de 2007 e de 13,5% na comparação com novembro, "em
uma retração só comparável à
observada na época das crises
dos anos 90", disse o economista da FGV Paulo Picchetti.
"O que vemos é que a desaceleração irá continuar no princípio deste ano, embora em menor grau", afirmou.
Já a demanda por papel ondulado, utilizado para embalagens, caiu 4,52% em dezembro
passado, em relação ao mesmo
mês do ano anterior. Outros indicadores já haviam apontado
para queda na produção industrial, como o fluxo de veículos
pesados nas estradas (-0,8%), o
consumo de energia (-3,1%) e a
produção de veículos (-54,1%).
A LCA aponta queda de 3,8%
na produção industrial em dezembro, enquanto a Tendências Consultoria projeta retração de 4,7%. Já a RC Consultores está revisando sua projeção
para a produção industrial.
"Houve uma trombada muito forte. Por conta da queda na
produção de bens de consumo
duráveis, toda a cadeia industrial, incluindo papel e celulose
e petroquímica, deve sentir
uma freada brusca agora", afirma o sócio-diretor da RC, Fábio
Silveira.
Para ele, a desova de estoques deve ser um dos grandes
desafios da indústria, diante de
um cenário de diminuição de
demanda em 2009. "Boa parte
das famílias já renovou sua frota de automóveis; outra parte
está endividada. Por outro lado,
o crédito ainda está escasso e o
desemprego começa a crescer.
É claro que o consumo vai ser
menor", ressalta Silveira.
Com a desaceleração na economia, diz, o Banco Central deve baixar os juros em pelo menos 0,5% na próxima reunião.
(PAULO DE ARAUJO)
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