São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Números da indústria antecipam PIB menor

Queda de 4,5% no consumo de papel ondulado se soma a índices que apontam desaceleração no 4º tri

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A desaceleração da indústria a partir de outubro deve provocar retração no PIB (Produto Interno Bruto) do país no quarto trimestre de 2008. A LCA já vê 1% de queda em relação ao terceiro trimestre -anteriormente, a consultoria previa um quadro de estabilidade.
Após cair 5,2% em novembro ante outubro, a produção industrial mantém trajetória de desaceleração. O SPI (Sinalizador da Produção Industrial), da FGV, e a venda de papelão ondulado, dois indicadores que antecipam a tendência da atividade da indústria, tiveram queda no mês passado.
O SPI indica declínio de 12,6% na produção física industrial em São Paulo ante dezembro de 2007 e de 13,5% na comparação com novembro, "em uma retração só comparável à observada na época das crises dos anos 90", disse o economista da FGV Paulo Picchetti.
"O que vemos é que a desaceleração irá continuar no princípio deste ano, embora em menor grau", afirmou.
Já a demanda por papel ondulado, utilizado para embalagens, caiu 4,52% em dezembro passado, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Outros indicadores já haviam apontado para queda na produção industrial, como o fluxo de veículos pesados nas estradas (-0,8%), o consumo de energia (-3,1%) e a produção de veículos (-54,1%).
A LCA aponta queda de 3,8% na produção industrial em dezembro, enquanto a Tendências Consultoria projeta retração de 4,7%. Já a RC Consultores está revisando sua projeção para a produção industrial.
"Houve uma trombada muito forte. Por conta da queda na produção de bens de consumo duráveis, toda a cadeia industrial, incluindo papel e celulose e petroquímica, deve sentir uma freada brusca agora", afirma o sócio-diretor da RC, Fábio Silveira.
Para ele, a desova de estoques deve ser um dos grandes desafios da indústria, diante de um cenário de diminuição de demanda em 2009. "Boa parte das famílias já renovou sua frota de automóveis; outra parte está endividada. Por outro lado, o crédito ainda está escasso e o desemprego começa a crescer. É claro que o consumo vai ser menor", ressalta Silveira.
Com a desaceleração na economia, diz, o Banco Central deve baixar os juros em pelo menos 0,5% na próxima reunião.
(PAULO DE ARAUJO)


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