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Trecho Sul do Rodoanel fica pronto em novembro, diz SP
Diretoria de engenharia da Dersa afirma que obra será antecipada em 19 meses
Concessão de licenciamento
ambiental, conclusão de
desapropriações e novo
regime de pagamento
permitem aceleração
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O trecho Sul do Rodoanel, a
mais importante obra viária de
São Paulo e um dos grandes
projetos de infraestrutura do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), será inaugurado em 27 de novembro deste
ano. A informação é da diretoria de engenharia da Dersa, segunda o qual até a hora do descerramento da placa está definida: 11h45.
A nova data antecipa em 19
meses o prazo original para a
conclusão dos 61,4 quilômetros
do trecho Sul do Rodoanel,
uma boa notícia para milhares
de motoristas que cortam São
Paulo, mas sobretudo uma importante informação para
quem está de olho no calendário eleitoral.
A estrada, que terá custo final
de R$ 5 bilhões, deverá ser uma
das primeiras grandes obras de
infraestrutura que servirão de
rampa para a decolagem de
candidaturas, como a do governador de São Paulo, José Serra,
e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que certamente deve comparecer ao
evento de inauguração da rodovia ao lado do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Ambos os
lados tentarão beliscar os louros desse projeto. O governo de
São Paulo é responsável por 2/
3 do investimento no Rodoanel, enquanto a União responde por 1/3 e tem a "mãe do
PAC", a ministra Dilma.
Antecipado
No plano original, a conclusão da obra ocorreria em 48
meses da data de início da construção, julho de 2007. Em novembro, terão corridos 29 meses. Uma das maiores obras do
PAC em curso neste momento,
a rodovia interligará o trecho
Oeste, já em operação, da rodovia Régis Bittencourt até a rodovia Anchieta, passando antes
pela Imigrantes. Com isso, 7
das 10 rodovias que chegam a
São Paulo estarão interligadas
pelo anel viário: Bandeirantes,
Anhanguera, Castello Branco,
Raposo Tavares, Régis Bittencourt, Imigrantes e Anchieta.
Fica faltando conectar a Ayrton
Senna, a Dutra e a Fernão Dias.
O projeto traz uma importante contribuição para a logística de exportação do país
-com a melhoria do acesso dos
caminhões que chegam do
Centro-Oeste rumo ao porto de
Santos- e sobretudo deve reduzir significativamente o fluxo de veículos sobre importantes avenidas da capital, amenizando os congestionamentos e
a concentração de poluentes no
céu da cidade de São Paulo.
A previsão da Dersa é que o
Rodoanel Sul irá tirar 301 mil
veículos da marginal Pinheiros
(uma das principais vias expressas da capital) e outros 85
mil veículos da avenida dos
Bandeirantes -hoje, o principal acesso para os caminhoneiros que querem alcançar a Imigrantes ou a Anchieta.
Paulo Vieira de Souza, diretor de engenharia da Dersa e
responsável técnico pelas cinco
frentes de obras do trecho Sul,
afirma que o licenciamento
ambiental, a conclusão de
100% das desapropriações dos
11 milhões de metros quadrados e a mudança do tipo de contrato, agora em regime de preço
global, são as razões para a conclusão do projeto 19 meses antes do previsto.
"As construtoras precisavam
de área livre para as obras, e isso foi garantido. A última desapropriação, por via judicial,
saiu em dezembro. Agora,
100% da faixa de domínio está
livre para obras", disse Souza. O
último trecho desapropriado
foi uma área de 7.500 metros
quadrados, exatamente na ligação entre o trecho Oeste e o Sul,
próximo à Régis. Segundo a
Dersa, 94% das desapropriações foram feitas apenas com
processos administrativos.
A avaliação da direção da
Dersa é que a mudança dos
contratos para preço global
ajudou a acelerar a obra. Os pagamentos mensais são feitos
conforme o cumprimento de
uma lista de obras, sem as quais
não há desembolso. Pelas medições da empresa, o trecho Sul
do Rodoanel tem hoje 65% das
obras concluídas.
Viaduto
Um terço dos 61 quilômetros
é formado pelas "obras de arte",
pontes e viadutos. A maior delas está sob a represa Billings,
um dos principais mananciais
para abastecimento de água da
cidade de São Paulo e um dos
motivos para a demora de mais
de cinco anos do licenciamento. A ponte que cortará a represa tem mais de 1,7 quilômetro
de extensão e é o projeto mais
caro do Rodoanel.
Souza disse que o empreendimento deverá custar R$ 5 bilhões -já com os reajustes previstos nos contratos com as
construtoras responsáveis pelos cinco lotes. O governo federal banca 1/3 e está em dia com
os desembolsos.
A Diretoria de Engenharia da
Dersa discute agora com o governo federal a antecipação dos
recursos devido ao fato de o
projeto ter sido adiantado em
relação ao cronograma inicial.
"Não acho que teremos problemas", afirmou Souza.
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