São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Petrobras bate recorde de exportação em dezembro

Média diária de vendas atinge 620 mil barris

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras informou ontem que as exportações de petróleo bateram recorde em dezembro de 2008. O resultado foi divulgado duas semanas depois de a ANP (Agência Nacional do Petróleo) ter publicado dados comprovando que, entre janeiro e novembro, o Brasil importou mais petróleo e derivados do que exportou. O saldo de 22 milhões de barris importados no período pelo país derruba a condição de autossuficiência atingida em abril de 2006.
De acordo com a Petrobras, a média diária de exportação atingiu 620 mil barris. O recorde anterior, de 574 mil barris exportados por dia, foi atingido em outubro. A empresa não informou a média de barris importados no período. A informação sobre a produção em dezembro é aguardada pelo mercado para os próximos dias.
O recorde foi recebido pelo mercado com indiferença. A Folha apurou com consultores e analistas que, isolada, a informação não permite nenhuma conclusão a respeito de um possível desempenho operacional acima do esperado.
Entre as possíveis causas apontadas para o aumento da exportação está a queda na demanda interna, devido à contração do crédito e à piora nas expectativas do consumidor, provocadas pela crise econômica. "Com menos consumo de petróleo dentro do país, o caminho natural seria exportar", diz Nelson Rodrigues, analista de petróleo da BB Investimentos.
"A indústria química, que produz plástico, pisou no freio e, consequentemente, reduziu a compra de insumos produzidos a partir de petróleo. Passou a consumir seus próprios estoques", diz o engenheiro Carlos Alberto Lopes, sócio da consultoria Gas Energy.
Os insumos usados pela indústria química para fabricar plástico são produzidos a partir da nafta, que, por sua vez, é produzida a partir do petróleo. "Em resposta, as centrais que produzem nafta tiveram que desacelerar em dezembro, o que pode ter reduzido o consumo do petróleo da Petrobras", afirma Lopes.
Se o raciocínio estiver correto, será a segunda vez em que a Petrobras atinge recorde de exportação graças à queda na demanda interna.


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