São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Evitar dívidas agora é quase uma obrigação

da Redação

Por enquanto, só consumidores que fizeram contratos pela taxa cambial estão tendo impacto no bolso. Por exemplo, quem comprou carro com prestações reajustadas pelo dólar ou fez compras com cartão no exterior e a fatura ainda não venceu.
Antecipar o pagamento de prestações futuras de um carro pode não ser uma boa alternativa porque, se o governo contornar mais essa crise, o dólar não sobe mais e pode até recuar a médio prazo.
Os demais consumidores não devem ser afetados porque as prestações em geral são prefixadas.
Essa observação não vale, é óbvio, para quem está pendurado em cheque especial ou vai se endividar agora. Os juros subiram nesse primeiro momento e só devem cair se a fuga de dólares do país diminuir bastante nas próximas semanas.
Nesse momento, o ideal é evitar dívidas em reais e mesmo indexadas ao dólar, pois o quadro ainda é de muita incerteza.
Corrida às compras também deve ser evitada porque, pelo menos a curto prazo, não há risco de a inflação disparar. Esse risco existe a prazo mais longo, se o governo perder a parada do controle cambial.
Mutuários da casa própria devem ter impacto nas prestações e saldo devedor via aumento da TR. De qualquer forma, se o governo controlar a situação, os juros tendem a baixar a médio prazo, até mais do que se previa para 99. O impacto de elevação da TR no curto prazo tenderia a se diluir.



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