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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa acompanha recuo no exterior e repercute alta do IPCA, o que pode sinalizar aumento dos juros

Bovespa cai 3,82% com guerra e inflação

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo passou ontem por um dia de forte desvalorização. Os movimentos que desenham um cenário de guerra iminente derrubaram os mercados do mundo todo e levaram junto o Ibovespa, que caiu 3,82%.
Aos 10.107 pontos, o principal índice da Bolsa de São Paulo atualmente está no nível mais baixo desde 26 de novembro. Dos dez papéis mais negociados ontem, apenas as ações preferenciais do Bradesco fecharam em alta -e de apenas 0,1%.
Além disso, a divulgação de que o IPCA de janeiro foi de 2,25% (índice maior que o de dezembro) fez muitos investidores darem como certo um novo aumento da taxa básica de juros. Nos dias 18 e 19 de fevereiro haverá a reunião do Copom (Conselho de Política Monetária do Banco Central), na qual será decidido se haverá ou não uma alteração nos juros.
Para os investidores, o aumento prejudicaria a Bovespa, pois faria com que bancos e corretoras realocassem os recursos de suas carteiras, ainda mais se levando em conta o atual momento de grandes incertezas internacionais.
Apenas dois papéis subiram mais de 1%: Aracruz PNB (1,1%) e AmBev PN (1,1%).
As maiores quedas ficaram com a Embraer, depois que a empresa anunciou uma reprogramação de suas entregas. As preferenciais caíram 11,9% e as ordinárias se desvalorizaram em 10,3%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os investidores também refletiram a crença em um aumento dos juros. Para os contratos DI com vencimento em julho, os mais negociados, as taxas passaram de 27,75% para 28,28% ao ano, alta de 1,91%.

Estrangeiros
A Bovespa divulgou ontem que o saldo de investimentos estrangeiros nos dez primeiros dias de fevereiro foi positivo em R$ 127 milhões. No acumulado do ano, o valor é de R$ 366,6 milhões, o que refuta a tese de que os investidores internacionais estariam fugindo do mercado de capitais dos países emergentes -ao menos por enquanto.
Por outro lado, analistas alertam que a Bolsa iniciou o ano em um patamar muito baixo, o que deixa as ações de algumas empresas com preços atrativos em relação às suas competidoras internacionais. (GEORGIA CARAPETKOV)
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