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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa acompanha recuo no exterior e repercute alta do IPCA, o que pode sinalizar aumento dos juros
Bovespa cai 3,82% com guerra e inflação
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
passou ontem por um dia de forte
desvalorização. Os movimentos
que desenham um cenário de
guerra iminente derrubaram os
mercados do mundo todo e levaram junto o Ibovespa, que caiu
3,82%.
Aos 10.107 pontos, o principal
índice da Bolsa de São Paulo
atualmente está no nível mais baixo desde 26 de novembro. Dos
dez papéis mais negociados ontem, apenas as ações preferenciais
do Bradesco fecharam em alta
-e de apenas 0,1%.
Além disso, a divulgação de que
o IPCA de janeiro foi de 2,25%
(índice maior que o de dezembro)
fez muitos investidores darem como certo um novo aumento da
taxa básica de juros. Nos dias 18 e
19 de fevereiro haverá a reunião
do Copom (Conselho de Política
Monetária do Banco Central), na
qual será decidido se haverá ou
não uma alteração nos juros.
Para os investidores, o aumento
prejudicaria a Bovespa, pois faria
com que bancos e corretoras realocassem os recursos de suas carteiras, ainda mais se levando em
conta o atual momento de grandes incertezas internacionais.
Apenas dois papéis subiram
mais de 1%: Aracruz PNB (1,1%) e
AmBev PN (1,1%).
As maiores quedas ficaram com
a Embraer, depois que a empresa
anunciou uma reprogramação de
suas entregas. As preferenciais
caíram 11,9% e as ordinárias se
desvalorizaram em 10,3%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os investidores
também refletiram a crença em
um aumento dos juros. Para os
contratos DI com vencimento em
julho, os mais negociados, as taxas passaram de 27,75% para
28,28% ao ano, alta de 1,91%.
Estrangeiros
A Bovespa divulgou ontem que
o saldo de investimentos estrangeiros nos dez primeiros dias de
fevereiro foi positivo em R$ 127
milhões. No acumulado do ano, o
valor é de R$ 366,6 milhões, o que
refuta a tese de que os investidores internacionais estariam fugindo do mercado de capitais dos
países emergentes -ao menos
por enquanto.
Por outro lado, analistas alertam que a Bolsa iniciou o ano em
um patamar muito baixo, o que
deixa as ações de algumas empresas com preços atrativos em relação às suas competidoras internacionais.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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