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Itaú amplia lucro em 14% e alcança R$ 6,2 bi em 2006
Puxado pelo crédito, resultado fica perto do obtido pelo Bradesco, com R$ 6,3 bi
Se consideradas operações extraordinárias, como a compra do BankBoston, balanço aponta queda de 17,9% em relação a 2005
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Itaú teve um lucro
de R$ 6,19 bilhões no ano passado, cifra 13,8% maior do que a
alcançada em 2005. O resultado foi ligeiramente menor do
que o do Bradesco -que divulgou anteontem um lucro de
R$ 6,3 bilhões.
Como em outros períodos, o
lucro do Itaú foi menor, mas teve rentabilidade maior do que a
do seu rival. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do
Itaú foi de 32,6%, enquanto a
do Bradesco ficou em 30%.
Todas as comparações consideram o lucro líquido recorrente, que exclui, para cálculo do
lucro, operações extraordinárias. Assim, no caso do Itaú, o
lucro consolidado, que considera essas operações, foi de
R$ 4,31 bilhões em 2006, registrando queda de 17,9% em relação ao ano anterior.
Grande parte da diferença
entre o lucro recorrente e o
consolidado, no caso do Itaú,
ocorre por conta da decisão do
banco de amortizar o ágio pago
pelas operações do BankBoston no Brasil, no Chile e no
Uruguai, adquiridas pelo banco
brasileiro em maio e agosto do
ano passado. "Nós sempre tivemos a política de amortizar o
ágio quando fazemos aquisição", explica Roberto Setubal,
presidente do Itaú.
Como no caso de seu grande
rival -o Bradesco-, o Itaú registrou forte aumento das operações de crédito. A carteira de
crédito da instituição chegou a
R$ 93,6 bilhões no final do ano
passado, volume 38% superior
ao do final de 2005.
Está incluída no total a carteira "herdada" do Boston.
Mas, mesmo sem considerar o
impacto dela, o crédito cresceu
bastante, aumentando 24,7%
em relação a 2005.
O crescimento mais expressivo foi o da carteira de empréstimos para pessoas físicas, que
cresceu 37,5%, ou 42% se consideradas as operações do Boston. A alta nas operações foi vitaminada principalmente pela
expansão dos financiamentos
de veículos, que chegaram a R$
18 bilhões no final do ano passado, cifra 64,7% superior à do
final de 2005. O aumento expressivo da carteira de crédito
de financiamento e leasing de
automóveis, diz o Itaú, dá ao
banco participação de 23% do
mercado para esse tipo de operação.
Segundo Setubal, a projeção
é que a carteira de crédito do
banco deva crescer cerca de
20% neste ano, velocidade um
pouco menor, portanto, do que
os 24,7% de 2006. A inadimplência, que subiu de forma significativa em 2006, diz ele, deve ficar sob controle. No ano
passado, o índice de atrasos
com mais de 60 dias chegou a
5,3%, contra algo em torno de
4% no ano anterior.
O indicador, no entanto, esconde uma divergência grande
entre os índices para pessoas físicas e para empresas. No caso
das pessoas jurídicas, o índice
de inadimplência ficou em
2,2%, enquanto no de pessoas
físicas, ele atingiu 8,1%.
Na avaliação de Setubal, desde o final do ano passado já há
indicadores de que os níveis de
inadimplência devem ceder.
Ele aponta, por exemplo, para a
perspectiva de crescimento da
economia, da renda e do emprego, como indicadores de que
a capacidade de pagamento do
brasileiro deve reduzir a proporção de créditos em atraso.
O crédito para pequenas e
médias empresas também deve
crescer, diz o presidente do
Itaú. Além da tendência de
crescimento dos empréstimos
para esse tipo de cliente, o Itaú
soma grande carteira de empréstimos para médias empresas herdada do BankBoston.
Apenas com a incorporação
do Boston, a carteira para pequenas e médias empresas do
Itaú aumentou em R$ 4,8 bilhões no ano passado, chegando a R$ 20,4 bilhões. Com o aumento, a participação delas na
carteira de empréstimos do
Itaú saltou de 19% em 2005 para 22% no ano passado.
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