|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Estados, Exército deve "combater" febre aftosa
Secretários da Agricultura pedem vigilância sanitária nas fronteiras
Objetivo é impedir entrada de gado da Argentina, do Paraguai e da Bolívia; zona de vigilância permanente teria membros do Exército
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Onze Estados produtores e
exportadores de carne bovina
vão exigir do governo federal a
criação de uma vigilância sanitária permanente com a presença do Exército nas fronteiras com Argentina, Paraguai e
Bolívia, principalmente nos
dois últimos países. O objetivo
é impedir a entrada de gado
contaminado pela febre aftosa.
Reunidos ontem em Belo
Horizonte, os secretários da
Agricultura dos Estados de SP,
MG, RJ, ES, SC, MS, MT, PA,
TO, SE e GO cobraram "compromisso político" do governo
com a formação dessa zona ativa de vigilância na fronteira,
que é uma determinação da
OIE (Organização Internacional de Saúde Animal).
Por falta desse controle nas
fronteiras, quase todos os Estados perderam o status de área
livre de febre aftosa com vacinação, o que põe em risco as exportações do país, dizem.
"Esse cenário de fronteira é
conhecido há muitos anos [...] É
função do governo controlar as
fronteiras", disse Altino Rodrigues Neto, presidente do Fórum Nacional das Empresas de
Sanidade Animal.
A situação revolta alguns Estados. Minas Gerais, por exemplo, diz o secretário Gilman
Viana Rodrigues, há 12 anos
não registra aftosa, mas perdeu
o status de área livre.
Até Santa Catarina, que manteve o status, diz-se prejudicado. Segundo o secretário Antônio Ceron, na hora de exportar,
vale mais para o comprador a
procedência do país, e não a
marca catarinense.
Os governadores tomarão
conhecimento da reunião e caberá a eles fazer gestões com o
presidente Lula.
João de Almeida Sampaio Filho, secretário no Estado de
São Paulo, disse que, embora o
governo Lula já tenha colocado
essa questão como prioridade,
ainda falta a prática.
"O que preocupa é que,
olhando não as palavras, mas as
ações, como o PAC e o contingenciamento do Orçamento, [o
governo] continua enxergando
defesa sanitária como despesa,
e não como investimento."
O país tem até maio para implementar a zona de alta vigilância. Isso porque a OIE vai se
reunir em Paris e, antes disso,
enviará técnicos ao Brasil para
uma nova avaliação. Se houver
o cumprimento das determinações, os Estados poderão recuperar o status anterior.
O secretário de Minas Gerais
disse que o projeto com as medidas será apresentado ao governo em até 30 dias. A União
entraria com recursos financeiros e humanos (técnicos e
Exército). Os Estados operariam a zona de vigilância.
O Ministério da Agricultura
informou que só irá se manifestar quando receber oficialmente a exigência dos Estados.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Brasil oferecerá pacote de ajuda a Morales Índice
|