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Emprego na indústria de SP tem pior janeiro desde 2002
Setor perdeu 32,5 mil vagas no mês passado, aponta Fiesp; corte afeta quase todos os setores
Dado reforça a previsão de que o mercado de trabalho no Brasil passa pelo pior janeiro desde 99; pesquisa antecipa o Caged, diz LCA
VERENA FORNETTI
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No mês em que tradicionalmente começa a recompor o
quadro de funcionários reduzido no fim do ano, a indústria
paulista reverteu a tendência
de geração de postos de trabalho e registrou o pior saldo em
janeiro desde o início da série
histórica, em dezembro de
2002, segundo a Fiesp (Federação da Indústria Paulista).
Na série ajustada à nova metodologia, aplicada pela primeira vez sobre os dados do mês
passado, é o pior janeiro desde
2006. A nova metodologia ampliou a amostra de 1.992 para
3.039 empresas e separou os
resultados do setor de alimentos dos de bebidas, entre outras
mudanças. As modificações,
porém, não produziram resultados muito discrepantes aos
registrados anteriormente.
A Fiesp também mostra que,
na comparação com dezembro
de 2008, a indústria de São
Paulo perdeu 32,5 mil vagas. As
piores quedas foram vistas nos
setores automotivo, com saldo
negativo de 7.804 vagas, e de
confecção de artigos de vestuário e acessórios, com 4.309 postos de trabalho eliminados.
O dado reforça a previsão de
que o mercado de trabalho no
Brasil passa pelo pior janeiro
desde 1999. "Na pior das hipóteses, havia estabilidade na
criação de postos de trabalho
no mês de janeiro", disse Paulo
Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos da Fiesp.
No mês passado, 19 dos 22 setores da indústria paulista tiveram queda no nível de emprego. Apenas produtos diversos
(como brinquedos e bijuterias)
e farmoquímicos e farmacêuticos tiveram desempenho positivo (0,5%). Com exceção de
dezembro, quando todos os setores da indústria perderam vagas, nunca houve resultado similar desde julho de 2005.
Francini afirma que o setor
de autopeças é um dos principais responsáveis pela perda de
vagas, mas que o processo deve
se espalhar. "Setores que mais
dependem de crédito sofrem
primeiro, mas depois começam
a sofrer os setores que dependem de renda, que diminui em
razão da perda de empregos."
Para Fábio Romão, consultor
da LCA, os dados da Fiesp tanto
refletem o movimento de ajuste no quadro de funcionários
iniciado em novembro quanto
antecipam os números do Caged, que devem ser divulgados
nos próximos dias. "Contudo,
acredito que boa parte do ajuste da indústria já foi feito, em
termos de demissões", diz.
Ontem a Fiesp divulgou o indicador Sensus, que monitora a
percepção dos empresários. O
indicador ficou em 41,4 pontos
na primeira quinzena deste
mês -50 indica neutralidade.
O pior dado foi a perspectiva
para os estoques, de 32 pontos.
"O dado é preocupante porque
mostra que a indústria está superestocada", afirma Francini.
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