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MÍDIA
Knight Ridder, 2ª maior do país, foi comprada por US$ 4,5 bi por concorrente
Cadeia de jornais dos EUA é vendida
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
No que foi considerada uma
transação sintomática do futuro
incerto do setor, foi anunciada
ontem a venda da gigante Knight
Ridder Inc., segunda maior rede
de jornais impressos dos Estados
Unidos, por US$ 4,5 bilhões à
McClatchy Co., oitava e única do
ramo a fazer uma oferta.
Após finalizar a compra, a
McClatchy anunciou ontem que
pretende vender 12 dos 32 diários
da Knight Ridder e enxugar os
custos da empresa. A reestruturação já era esperada desde que a rede foi colocada à venda em novembro, suscitando pouco interesse entre "publishers" e potenciais compradores.
Além do preço de compra
-US$ 67,50 por ação-, a
McClatchy assumirá US$ 2 bilhões em dívidas da Knight Ridder, empresa que tem três vezes o
seu porte, com circulação diária
total de 3,3 milhões e ingresso
anual de US$ 3 bilhões. A
McClatchy, porém, tem grande
reputação de eficiência e qualidade jornalística, com margem de
lucro de 22,8% no ano passado.
A venda da Knight Ridder foi,
na realidade, um leilão. Porém
não houve muitas propostas formais, apesar de o grupo ter alto
fluxo de caixa que poderia ser revertido para abater suas dívidas e
o preço de suas ações estar abaixo
de seu potencial valor.
Todos os dados envolvendo o
negócio suscitaram um debate sobre o futuro dos jornais impressos
naquele país -tema, aliás, em
pauta por todo o mundo-, com
a baixa de publicidade, os custos
de impressão e a ascensão de noticiários na internet.
Preço aceitável
Para a analista Lauren Fine, do
banco Merril Lynch, avaliou que o
interesse de uma outra empresa
de jornais foi um fator positivo,
mas que o preço "não deve levantar muitos aplausos" em Wall
Street. O preço foi considerado
justo e "aceitável" por investidores do ramo. A proposta da
McClatchy foi aceita em reunião
da diretoria no domingo em Nova
York. Pelo menos uma outra proposta, de um consórcio de fora do
ramo, foi feita.
Outros observadores do mercado avaliam que o resultado morno da venda não se é um veredicto
sobre o futuro do jornal imprenso, apenas uma avaliação sincera
sobre a baixa margem de produtividade da Knight Ridder, dona,
entre outros, de dois diários da Filadélfia que serão vendidos, o Inquirer e o Daily News.
O presidente da McClatchy,
Gary Pruitt disse ontem que a
reestruturação deverá poupar
US$ 60 milhões em custos anuais
e que não há planos para enxugar
as folhas de pagamento.
A operação deve ser finalizada
em um período de três a quatro
meses e o novo grupo terá 32 diários e outras 50 publicações. Será
o segundo do setor, atrás da Gannett, publisher do jornal "USA
Today", entre outros.
A estratégia da McClatchy Co.
será manter os jornais regionais
com maior potencial de crescimento de mercado. "Somos líderes em mídia local e nossos mercados estão crescendo 50% mais
rápido que a média do país", afirmou Pruitt.
Dois diretores da Knight Ridder
devem integrar o conselho do novo grupo, mas o presidente Tony
Ridder deve se retirar, embolsando ao menos US$ 94 milhões apenas em ações.
Ele colocou a empresa à venda
por pressão de investidores. Sua
família começou no setor em
1892.
Já a família McClatchy está em
sua quinta geração no conselho
de administração da empresa.
Com agências internacionais
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