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TELECOMUNICAÇÕES
TVA critica associação de TV paga por "defender" Globo
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A diretora-geral da TVA,
Leila Loria, criticou ontem a
intenção da ABTA (Associação Brasileira de Televisão
por Assinatura) de recorrer
ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ou à Justiça contra a decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
de conceder uma licença à
Telefônica para o serviço de
TV paga via satélite.
A Telefônica adquiriu uma
participação acionária na
TVA, que antes era controlada exclusivamente pelo grupo Abril, e aguarda apenas a
aprovação do negócio pela
agência reguladora.
Para a executiva, a postura
da ABTA apenas reforça a
concentração do setor e não
abre espaço para a concorrência: "A reação da ABTA é,
na verdade, a reação de um
determinado grupo que não
quer ameaçar o seu monopólio no mercado de TV por assinatura [pelas teles]."
Indagada sobre a que grupo "monopolista" se referia,
a executiva citou a Globo,
que tem participação na Sky
(satélite) e na Net (cabo) e
controla a Globosat (programadora de canais).
Loria afirmou ainda que "a
ABTA não representa mais
os interesses de todas as operadoras [de TV paga]" e que a
posição de recorrer contra a
licença da Telefônica foi tomada "à revelia de todos os
outros associados".
A ABTA informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que o conselho da
entidade aprovou a oposição
à entrada das teles no setor
de TV por assinatura em suas
áreas de concessão.
A executiva refuta o argumento da ABTA de que a entrada da Telefônica na TV
por satélite reforçaria o monopólio da companhia na telefonia fixa. Para ela, haveria
maior competição, especialmente na produção de conteúdo, dominado pela Globo.
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