São Paulo, domingo, 14 de março de 2010

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8 - Livrai-nos das contas

Internet agora muda a forma de lojas físicas

DO "FINANCIAL TIMES"

Da mesma forma que a chegada das prateleiras que permitiam self-service mudou a disposição física das lojas nos cem últimos anos, as compras on-line o farão no novo século. Já vimos o comércio via internet se tornar concorrente sério das lojas físicas. Agora ele fará com que mudem de forma. No Walmart, por exemplo, mais de 40% dos pedidos pelo site da cadeia de varejo nos EUA são enviados a uma loja local da rede para retirada, porque os clientes preferem evitar os custos e a incerteza de horários das entregas domiciliares.
A empresa, como resposta, está testando opções "drive-through" de retirada e alterando suas unidades de forma a instalar balcões de retirada. No Reino Unido, a rede de supermercados Tesco adotou arranjo semelhante (mas por enquanto sem "drive-through").
Em uma loja piloto perto de Chicago, chamada MyGofer, a Sears Holdings foi além, e 80% do espaço serve como armazém de estoque, com um quinto da área reservada a clientes que retiram compras ou usam terminais de computador para pedir o que desejam da loja.
Eis outra variante: o Kmart também está tentando persuadir outras redes de varejo a usar suas lojas como ponto central para retirada de pedidos feitos on-line. Alguns analistas do setor de varejo especulam que até mesmo a Amazon, que só opera on-line, poderia um dia estabelecer pontos de retirada.
A web também mudará os produtos presentes nas prateleiras. Um cliente que vá a uma loja com seu celular inteligente pode obter preços comparativos de lojas rivais -a menos que o produto em questão só esteja à venda naquela loja específica.
Assim, haverá mais pressão da parte do varejo por acordos seletivos com marcas líderes -ou pelo desenvolvimento de mais produtos com marca própria, em todas as categorias.

JONATHAN BIRCHAIL, correspondente de varejo nos Estados Unidos



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