São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

Juiz em NY adia decisão sobre BrT

O juiz Lewis Kaplan, da Corte de Nova York, adiou ontem por uma semana a decisão sobre se irá conceder ou não a liminar pedida pelo Citigroup para impedir o Opportunity de utilizar o chamado acordo "guarda-chuva", que pode permitir que o banco de Daniel Dantas reassuma a gestão da Brasil Telecom. Nesse período, o Opportunity concordou em não tentar reassumir o controle da "tele".
Na terça-feira, a Justiça do Rio revogou decisão da juíza Márcia Cunha, de 2005, que suspendia os efeitos do acordo "guarda-chuva". O documento garantiria ao Opportunity a gestão dos três fundos de investimento que estão no comando da BrT.
Antes da decisão da Justiça do Rio, a juíza se afastara do caso em março por se considerar impedida para julgar esse acordo. Em seguida, o Citigroup, que, atualmente, divide a gestão da BrT com os fundos, entrou com o pedido de liminar em Nova York para impedir o uso do "guarda-chuva" pelo Opportunity.
No pedido de adiamento feito pelo Citigroup ao juiz Kaplan, o banco americano utiliza argumentos técnicos para contestar a decisão da Justiça do Rio.
O argumento do juiz para adiar até o dia 20 a definição sobre a liminar foi o fato de a decisão da Justiça do Rio não ter sido ainda publicada oficialmente, o que vai acontecer na segunda. Ele irá tomar uma decisão só quando tiver maior conhecimento sobre o caso. Segundo técnicos envolvidos na questão, o juiz americano é bastante detalhista e quer se cercar de todos os argumentos para não cometer nenhum equívoco.
Dantas irá esperar a definição de Kaplan para decidir sobre o futuro da Brasil Telecom. Caso a liminar não seja concedida ao Citi, a decisão poderá significar o retorno de Dantas ao comando da "tele", do qual foi destituído em setembro de 2005. Ele, porém, não acredita na hipótese de voltar à BrT, embora não descarte totalmente a possibilidade.

MISSÃO
A Fiesp irá mandar um time de economistas pesos pesados para a Nova Zelândia, com o objetivo de realizar um amplo estudo sobre as mudanças implementadas na economia do país nos últimos dois anos, o que incluiu uma "revolução" fiscal. Nesse período, o país reduziu sua carga tributária de 36% para 20% do PIB, entre outras melhorias. A entidade pretende apresentar uma proposta de reforma fiscal para os candidatos à presidência da República. A turma de Alckmin já demonstrou interesse pela análise. O time de economistas ainda não foi escalado, mas devem integrar a lista nomes como os de Fernando Rezende e Fábio Giambiagi, ambos do Ipea.

NA ONDA DA TV
Quando o assunto é Copa do Mundo, o narrador Galvão Bueno está à frente do tetracampeão Zagallo, do herói do título de 1994, Romário, e da revelação Robinho. Foi o que apontou pesquisa recém-concluída pelo Instituto QualiBest, conduzida pela internet, com 3.000 pessoas de todo o país (ver gráfico à esq.). Outra "intrusa" foi a cantora Ivete Sangalo, cuja música "Festa" foi um dos hinos da campanha brasileira na Copa de 2002. Ela ficou em oitavo lugar na lista de nomes mais associados à competição, à frente do técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira.

BLOG DO CEO
Em tempos de febre da internet, o ambiente corporativo no Brasil começa a aderir às ferramentas da web. O presidente-executivo do HSBC no país, Emilson Alonso, criou na semana passada um blog para incentivar a comunicação entre os funcionários do banco. "Eu tenho página no Orkut há três meses, e existem várias comunidades sobre o banco. Mas, como é um ambiente público, eu não posso, por exemplo, responder a questionamentos que surgem, até por uma questão de política da empresa. O que é diferente com o blog, que é interno", diz Alonso. A cada semana ele escreverá um artigo sobre um tema, a partir do qual se espera que os trabalhadores deixem suas opiniões. Na primeira semana, o tema foi empregabilidade, e houve 13 mil acessos apenas nos centros administrativos, sem contar as agências bancárias, que também têm acesso ao blog, além de 398 comentários. Sobre a possibilidade de funcionários se sentirem intimidados ou não aderirem à novidade, Alonso diz esperar que o tempo dê confiança a eles.

GRUPO DE TRABALHO
Os fabricantes do segmento de jóias começam a se organizar. Reunidos na Abimaq (associação da indústria de máquinas), sob a coordenação de Antonio David Monteiro, os empresários do ramo montaram um grupo de trabalho em São José do Rio Preto e em Limeira, no interior de SP. As cidades concentram um pólo de produção de jóias de ouro e outro de folheados, respectivamente. Entre as políticas estará o apoio a feiras setoriais.

PROTESTOS
O número de títulos protestados em SP cresceu 26,6 % em março, segundo o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos.

INTERNACIONALIZAÇÃO
Depois de chegar aos mercados americano, sul-coreano e espanhol, a Native dá continuidade ao seu projeto de internacionalização da marca. A empresa, uma das maiores produtoras de açúcar orgânico do mundo, está em negociação avançada para começar os embarques de produtos ao mercado japonês.

RUMO AO SUL
O Mundo Verde, maior rede de produtos naturais da América Latina, inaugura duas lojas na região Sul neste mês, em Pelotas e Blumenau. A previsão é abrir mais cinco lojas no Sul em 2006 e atingir 30 pontos-de-venda na região em até cinco anos.

SINAL POSITIVO
O mercado recebeu bem a notícia divulgada ontem de que Antonio Maciel Neto irá assumir a presidência da Suzano Papel e Celulose. Enquanto a Bovespa caiu 0,90%, os papéis da empresa subiram 3,0% ontem. O ex-presidente da Ford na América do Sul irá comandar, à frente da Suzano, um investimento de US$ 1,3 bilhão da empresa na ampliação da fábrica de Mucuri, na Bahia, superior ao recém-anunciado pela montadora, de US$ 1,2 bilhão.

INVASÕES NA PAUTA
As crescentes invasões do MST e de movimentos congêneres a áreas plantadas serão um dos principais temas em debate na edição 2006 do evento "Madeira", um dos mais tradicionais do setor de celulose, ferro gusa e placas e painéis. Os presidentes das empresas do setor que investem em florestas plantadas estarão reunidos na terça e na quarta-feira, em Brasília, para o evento. Na abertura irá discursar Carlos Aguiar, presidente da Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) e da Aracruz Celulose, que, em março, teve o horto de pesquisa da empresa em Barra do Ribeiro (RS) destruído por militantes do movimento Via Campesina.


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