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TECNOLOGIA
Fabricantes dizem ter proposta firme de abrir indústria de semicondutores e já ter convidado ministros para negociar
Europeus reagem e também oferecem fábrica
DA REPORTAGEM LOCAL
As indústrias européias que formam a "Coalizão DVB", que tenta
convencer o governo brasileiro a
adotar o padrão europeu (DVB)
de televisão digital, foram para o
contra-ataque. Ontem, após a assinatura do memorando entre os
governos do Brasil, a coalizão européia disse estar disposta a fazer
uma proposta firme para a construção de uma fábrica de semicondutores no Brasil. Também
ofereceu incluir aplicativos desenvolvidos por universidades
brasileiras na segunda fase de modernização da tecnologia DVB.
Segundo o diretor de Tecnologia da Philips, Walter Duran, "a
Comissão Européia, assim como
as seis empresas que participam
da "Coalizão DVB", já convidou as
autoridades brasileiras para ir à
Europa, ocasião em que se propõem a assinar uma proposta firme de construção de uma fábrica
de semicondutores no Brasil". A
proposta seria assinada pela Philips e a ST Microeletronics.
As seis empresas que formam a
"Coalizão DVB" são a Siemens
(alemã), a Philips (holandesa), a
Thales (francesa), a Nokia (finlandesa), a Rohde & Schwarz (alemã) e a ST Microelectronics
(franco-italiana).
Ontem o grupo propôs reunir
representantes do governo brasileiro com o "board" técnico da
DVB. Sugeriu, ainda, que as autoridades brasileiras visitem duas
fábricas européias de semicondutores -uma de porte médio e outra maior, de ponta-, que seriam
referência para discutir a unidade
a ser implantada no país.
A discussão da TV digital no
Brasil desencadeou uma guerra
comercial entre os fabricantes das
tecnologias européia (DVB) e japonesa (ISDB). Os norte-americanos, que têm a tecnologia
ATSC, estão menos agressivos. A
disputa começou a partir do momento em que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, manifestou-se favorável ao sistema japonês, ainda em 2005.
Um capítulo à parte na disputa
entre os fornecedores é a implantação de uma indústria de semicondutores. Os primeiros a se
manifestar nesse sentido foram os
japoneses. Como o governo encampou a idéia, os europeus
acompanharam a proposta.
Japoneses e europeus oferecem
linhas de crédito de US$ 500 milhões para financiar as emissoras
de televisão na implantação das
redes de transmissão digital e
abrem mão dos royalties.
Procurados pela Folha, representantes do sistema americano
não responderam às ligações.
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